segunda-feira, agosto 29, 2011

O som que as ondas do mar têm...



Férias. Depois de esperar por três longos anos, por uma série de razões, voltei a desfrutar de uns dias de descanso. Dias em que a sua única atividade é, digamos, aproveitar o dia. Melhor ainda quando se tem a oportunidade de viajar, ver familiares e conhecer, pessoalmente, mais uma das Meninas do Reino! 

Aproveitando o final do inverno em nosso país tropical, esperei um dia em que a chuva deu uma trégua para a linda Balneário Camboriú, em Santa Catarina, para caminhar na praia, ver e ouvir o mar. Estava com saudades disso, de simplesmente me sentar lá, diante dele todo majestoso, ouvir o som típico das ondas quebrando na praia, o barulho de um ou outro pássaro, de sentir o cheiro que só o mar tem.

O sol brilhava muito timidamente quando me apressei para pegar um livro, uns trocados e caminhar na praia. Parei por um tempo contemplando o brilho majestoso das águas e decidir para que direção iria. Seguindo o conselho que havia recebido da Di, uma das Meninas do Reino, fui para a esquerda a fim de encontrar um “deck”... Ao longe eu avistei umas rochas à beira de um monte e imaginei que se pudesse chegar até elas, seria ótimo. 

No caminho, inúmeros surfistas ignoravam o frio de Agosto das terras catarinenses, casais aproveitavam o dia para caminhar pela praia, na beira da avenida senhores na melhor idade jogavam bocha nas várias pistas construídas no trajeto e outros jogavam dominó – o que encheu meu coração de saudades do meu avô, que adora esse jogo. Avistei casais idosos caminhando e conversando pela praia e achei aquilo mágico! Turistas e jovens de alguns outros países aproveitavam para tirar fotos e registrar o momento. Fiquei deslumbrada com o deck na Barra Norte de Balneário Camboriú. Andei por todo o trajeto e cheguei às pedras que desejava. Lá na praia, encontrei um jovem sentado em cima de uma pedra, com os braços apoiados sobre a perna e as mãos cruzadas, apoiando o queixo, ele parecia orar silenciosamente enquanto apreciava o mar, ora de olhos fixos na água, ora apenas de olhos cerrados, ouvindo o som das ondas batendo contra as rochas. Mais algumas poucas pessoas estavam ali. Algumas paravam em puro estado de contemplação do mar e outras seguiam caminhando pela praia ou faziam o percurso de volta ao deck.



Escolhi a “minha rocha”, sentei-me e comecei a “fotografar” tudo o que podia apreciar naquele momento, registrando todas as impressões na minha alma. Depois de um tempo ali em quietude, abri o livro e comecei a ler. Fazia pequenas pausas na leitura enquanto meus olhos elevavam-se por cima das páginas e observavam o mar, o vai-e-vem das ondas, o som que me servia de música e, vez e outra, o sol timidamente brilhava rompendo a barreira de nuvens cinzentas. Fui tomada por um senso muito forte da majestade do Criador. Uma convicção inexplicável de que o Deus que criou tantas coisas belas é simplesmente magnífico! E o mais incrível de tudo isso, sou amada por esse Deus. Absurdo. Incompreensível. Imensurável. 

Rendida diante de toda a beleza e o privilégio de contemplar gotas do esplendor e majestade divinos, agradeci com todo o meu ser ao Deus que faz todo o sentido para mim, ainda que, tantas vezes, eu sequer compreenda seus desígnios ou sua ação. Tenho muito a escrever sobre minhas curtas férias, meu encontro com minha mana Roberta Lima, mas já o bastante para afirmar que: Viver é um privilégio, família é o mais prazeroso e trabalhoso desafio, tirar férias é algo mágico, ter amigos e amigas incríveis é um privilégio e poder desfrutar de coisas simples e, justamente por isso marcantes, é uma honra.

Valeu Paizão!

#2 – Andréa Cerqueira

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