POR QUÊ VOCÊ BATE NA IGREJA?
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From: POR QUÊ VOCÊ BATE NA IGREJA?
To: contato@caiofabio.com
Sent: Monday, June 06, 2005 11:49 AM
Subject: POR QUÊ VOCÊ BATE NA IGREJA?
Caio, homem de Deus!
Graça, Poder, Conhecimento e Direcionamento em Cristo Jesus sobre sua vida.
Sou uma pessoa que a muito lhe admira e lhe respeita, sabendo, mesmo não lhe conhecendo pessoalmente ou tendo qualquer tipo de familiarização com você no sentido pessoal, que você é uma pessoa maravilhosa. Você é alguém que vale a pena seguir... Sua vida e obras te denunciam!
Tenho quase todos os seus livros e muitas mensagens tuas em Vídeos e “K 7’s”.
Todavia, gostaria de entender alguns posicionamentos de sua parte frente à igreja. Não me coloco em hipótese alguma como advogado da mesma, mesmo porque, ela (igreja) já possui um ADVOGADO. Mas, me coloco sim, como um membro que está ligado a este corpo.
Não é de minha intenção lhe atacar dolosamente, ou mesmo lhe desafiar, como sendo alguém que se coloca, ou lhe vê como inimigo da igreja. A sua própria existência já quebra todo e qualquer tipo de maus pensamentos acerca de sua pessoa. Não conheço ninguém que tenha se esforçado tanto em prol da mesma como você.
Não sou inquiridor de ninguém, mas, é exatamente por lhe admirar que preciso entender o que você está propondo.
Por favor, Caio NÃO SE ESTRESSE (sou professor, e sei que isto estressa); já conheço todo teu site, mas mesmo assim, ainda não vi (será que você vai dizer que sou néscio e tardo de coração?) nada do porque você salienta apenas os pontos negativos da igreja. Será que a mesma não tem nada de bom?
Falei certa feita a um amigo meu acerca do seu site, e disse: “O site do Caio é maravilhoso, porém, é como dizia o profeta Oséias acerca de EFRAIM, “É um bolo não virado”; ou seja, “bem assado apenas de um lado só”. E porque falei assim? Porque a meu ver tudo o que você diz é verdade, porém, a verdade é apenas de um lado. Porque você não vira o bolo e salienta também o lado bom da igreja? Ou melhor, porque você não diz que também há igrejas excelentes? Igrejas que tanto quanto você amam o reino?
Não é posicionamento desaforado de minha parte, mas sim, um SEGUIDOR TEU querendo simplesmente entender as questões retro-citadas. Aliás, os próprios discípulos seguiam a Jesus e ainda não compreendiam o que Ele dizia! Correto?
Mesmo porque, há inconscientemente por parte daqueles que NÃO estão sendo entendidos, a tendência de se verem sendo atacados quando os mesmos são questionados. Caio, a muito sou teu discípulo se você quer saber! Aliás, se houver outro alguém que tenha mais “orgasmos na alma” (etimologicamente falando) do que eu ao LER teus escritos, este tal não é mais ele, mas sim, um CLONE do próprio Caio. Creio em tudo o que você diz.
Porém, porque antes você defendia o reino defendendo a Igreja e hoje você CONTINUA DEFENDENDO O REINO, porém, atacando a Igreja? Será que é porque não havia ainda chegada a tua hora? (rsrsrsrsrsrs)
Não estou questionando tua essência, mas sim, suas atitudes. Alguém poderia dizer: Há diferenças entre essência e atitude. Já que atitudes são subproduto da essência?. Ora, foi Salomão quem disse: “Ainda há outra vaidade sobre a terra: justos a quem sucede segundo as obras dos perversos, e perversos a quem sucede segundo as obras dos justos. Digo que também isto é vaidade” (Eclesiastes 8:14).
Pelo amor de Deus! Não lhe chamei de perverso. (rsrsrsrsrsrs). Espero o teu retorno!
Fique a vontade para falar o meu nome e divulgar isso no seu site. Se você achar conveniente é óbvio!
Caio, deste que tem desejo de lhe conhecer pessoalmente, conversar sobre as coisas lá do alto e dar muitas risadas sobre as seriedades da vida... Não há banalizações!
Sandro Alves Martiniano de Souza
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Resposta:
Meu amado amigo no Senhor: Graça e Paz!
Obrigado por todo o seu carinho!
Se você lê o site, e se já o leu todo, com certeza não o fez com toda atenção, pois, em relação ao que você me pergunta, não lhe teriam restado dúvidas, visto que no site já tratei inúmeras vezes desse tema. Porém, considerando sua sinceridade, vou repetir algumas dessas respostas, embora, eu mesmo me sinta meio ridículo, pois, sem exceção, todas elas já estão mais que definidas no site.
Vamos lá! Mas saiba: Igreja é o que creio como positivo; e “igreja” é o que constato.
1. Igreja é o que somos; todos nós os que cremos em Cristo; tanto os que se reúnem sempre com outros, como também os que nem sempre o fazem, ou quase nunca o fazem. Assim, Igreja é aquilo no que creio como comunhão humana consciente em Cristo; e ela é feita apenas de gente, de pessoas, de discípulos, de gente boa de Deus. Ora, existe muita gente da Igreja dentro das “igrejas”; porém, a “igreja” não é a Igreja.
2. A “igreja” é um ajuntamento humano, que funciona como uma associação, clube, agremiação militar, sindicato, império, reinado, democracia, tirania, ou câmara de deputados—dependendo do líder e de seu caráter, ou da eclesiologia da “igreja-denominação”. Desse modo, a Igreja é intangível, é como o sal que se dissolveu, é como o fermento que se perdeu na massa para salvá-la, e é como semente que cresce para virar árvore do acolhimento. “Igreja”, todavia, em geral, é o posto disso; e a História do Cristianismo antigo e recente nos dá sobejo testemunho disso.
3. A igreja que tem Advogado é a Igreja. Já a “igreja” advoga sua própria causa, e precisa de argumentos de defesa, e também precisa que haja quem advogue sua justiça diante dos homens. Ora, a Igreja eu não advogo, posto que ela já está advogada pela Cruz. E, no que tange a “igreja”, mesmo não crendo, e violando o meu próprio coração, visão, percepção, entendimento, consciência e o acumulo de informação, eu, ainda assim, fiz de tudo, durante décadas, a fim de tentar ver o melhor da “igreja” com esperança. Todavia, logo vi que a única igreja da qual eu falava com alegria era a Igreja, posto que em relação à “igreja”, minha alma existia em permanente rota de colisão desde sempre, e não apenas de 98 para cá. Meus livros e fitas dão amplo testemunho de minhas percepções durante todo o tempo; e elas sempre foram confrontadoras.
4. Assim, eu denuncio a “igreja” como estelionato e falsificação a fim de expressar minha fé na Igreja como Corpo de Cristo; e cujo livro de atas está apenas registrado no Livro da Vida.
5. Esses dias são mais críticos do que os de Lutero. Ou é ou não é. Não dá para se tornar cúmplice das obras das trevas que muitas “igrejas” praticam sacrilegamente em “nome de Jesus”.
6. Eu vejo muitas “igrejas” onde milagres também acontecem a certas pessoas — que lá vão com fé em Deus —, do mesmo modo que eu vejo os milagres, as profecias e as curas realizadas pelo lobo vestido de ovelha, e que as realiza em “nome de Jesus”. Ou seja: reconheço que em nome de Jesus muitas pessoas são abençoadas até quando o lobo vestido de ovelha profetiza, ora e expulsa demônios. Todavia, Jesus continua a dizer acerca deles: “Nunca vos conheci”.
7. Nas “igrejas” estão as melhores e as piores pessoas que conheço. As “igrejas” são como o “mundo” da parábola do joio e do trigo: “um inimigo semeou muito, muito joio dentro dela”. Portanto, como não é minha função separar um do outro; é, todavia, minha obrigação dizer que o campo já foi bom, mas que hoje está contaminado, de modo que nele há o que é bom e há o que é muito ruim. É por isto que digo que nas “igrejas” há muita gente da Igreja, mas que as “igrejas” não são a Igreja.
8. A melhor maneira que tenho de amar e servir aos irmãos que sinceramente sofrem dentro da “igreja”, é denunciando o fato de que os errados não são eles, que apenas querem o que é bom, e conforme o Evangelho; mas sim dos supostos “representantes” dos interesses de Deus; interesses esses, os quais, se tornaram em política, disputas de poder, ambições escusas, vendas do que é gratuito, exploração, tirania, manipulação, e apostasia em relação à Cruz e à Graça de nosso Deus.
9. No dia em que a “igreja” desistir de ser a Igreja, então, nesse mesmo dia, ela será Igreja. A Igreja é de Deus. Ele sabe de quem ela é feita. Na história a gente apenas busca viver como cidadãos de um reino superior. Mas isto não nos dá o direito oficial e divino de sermos os representantes de Deus na terra, e nem o de sermos os porteiros que dizem quem entra e quem sai pela Porta.
10. Todos os evangélicos sabem que eu os amo e que a amo a Igreja, e que é por essa razão que enfrento sem medo a falsificação e o estelionato dela: “a igreja”.
Quanto a haverem igrejas-instituições boas, pelo amor de Deus, tais exceções estão afirmadas sempre neste site. Eu mesmo sou também membro da Catedral Presbiteriana do Rio, a qual, a meu ver, é Igreja na “igreja”.
Além disso, sou o pastor-mentor do Caminho da Graça, que, na misericórdia de Deus, deseja ser Igreja, renunciando ao que se diz que é ser “igreja”.
Desse modo, minha ajuda a “igreja” é dizer: Acordem! Ou vocês não serão jamais Igreja!
Igreja é lugar de amor, justiça, bondade, verdade, perdão, misericórdia, generosidade, graciosidade, e gratidão.
Igreja é um espírito, antes de ser um ajuntamento.
Igreja é comunhão de amor e solidariedade de uns para com os outros, em espírito de perdão e verdade, e sempre em torno de Jesus, conforme o espírito de Graça e reconciliação ensinado pelo Evangelho.
Nessa Igreja eu creio. Sou parte dela. Busco-a na Terra. Encontro-a em milhares de rostos, mas poucas vezes em templos.
Eu creio na Igreja que não vive de doutrinas — que é o que também a corrompe, e a torna “Igreja” —; pois sabe que se doutrinas sistemáticas fossem importantes, Jesus mesmo as teria sistematizado; e não deixaria nenhuma outra explicação sobre o que é essencial para ser inventada por mais ninguém.
A Igreja a qual devoto e devotarei minha vida até o fim, é feita de gente para quem Jesus é tudo, sendo Ele Aquele acerca de quem os evangelhos dizem ser Homem e Deus.
Para esses Jesus já fez tudo. Para esses Jesus não precisa de doutrinas catadas por homens para amarrar o espírito da Palavra e do Evangelho. Para esses Jesus é a Palavra encarnada, explicada, ensinada e praticada. Para esses, em Jesus, mesmo o analfabeto aprende o entendimento do Evangelho, o qual não é fruto da tutela de doutores, mas sim o resultado da iluminação do Espírito Santo no coração.
Minha Igreja ama a Jesus, e não a si mesma!
E digo tudo isto com dor no coração, pois, dado aos milênios decorridos, não necessitaríamos esclarecer a diferença.
Sei que alguns me acham louco, radical, polêmico, instigante, provocativo, critico, às vezes ácido; porém, todos sabem que tudo o que digo e faço é por amor a Igreja; e também sabem que não me equivoco acerca do que é a “igreja”.
Para quem quiser fazer uma imagem, pense o seguinte: a Igreja é como Jesus andando com seus discípulos pelo caminho. Já “igreja” seria o Sinédrio, preocupado com a representação de Deus na terra, com as doutrinas certas, com os costumes certos, com as tradições divinas, e em como manter e ampliar seu próprio lugar de poder e controle.
Assim, a Igreja se entrega em amor. Mas a “igreja” é capaz de sacrificar o Evangelho de Cristo, mas não abrir mão de quem se tornou, sob pena de achar que perderá poder; seja qual for a forma de poder.
Quanto a qualquer outra coisa, leia atentamente o site, pois, nele, o tema é mais que recorrente. Inclusive com explicações bem mais amplas e claras do que esta.
Um grande beijo!
Que Deus o abençoe com entendimento!
Nele, em Quem Igreja é trigo e “igreja” é joio,
Caio
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Fonte: POR QUÊ VOCÊ BATE NA IGREJA?
Para mais, acesse:
www.caiofabio.net
Genial!
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