Uma prece à vida

Primeiro te peço que sorrias, e não qualquer sorriso, mas um daqueles intensos, cheios de vontade de contagiar e nos chamando a juntas quase gargalhar;

Após, podemos tentar uma dança. Tu me embalas em teus braços, ainda que me sinta meio perdida em teu ritmo e passos;

Depois quero um abraço, daqueles apertados e que trazem em si toda a fé de que a existência é coisa para se acreditar e de que as coisas tem sim, significados para além do que se possa imaginar;

Quero ainda afagos nos cabelos, daqueles que nos acalentam e mostram que sonhar é coisa que não se faz só ao deitar;

Quero também um olhar e que ele seja ao luar, cheio de esperança, e que me diga que não há tempo para sermos pessimistas, que ainda vale à pena confiar e que cedo ou tarde, muitas ou poucas coisas podem se ressignificar.

Vida, te peço que me tomes pela mão e me ajudes a superar a timidez, que eu não seja tímida ao amar, ao idealizar, ao projetar, ao tentar...

Te peço também que laves meus olhos, para que eu te enxergue como és: pura, forte e simples. Que as muitas coisas que me dizem que fazem parte de uma “boa vida” não excedam meu desejo de conhecer a ti de forma verdadeira;

Vida, por favor, te peço ainda que me alimentes de força, de coragem e de ânimo para enfrentar todos os fatos e pessoas que não entendem que o transitório jamais suplantará aquilo e Aquele que é Eterno.

Ao final do dia, te peço que me cubras com a tua paz, que ela envolva meus sonhos e que um dia esta mesma paz seja o cobertor de todos aqueles que não tem sentido tais fagulhas.

Por fim, te peço vida, para que em ti eu mais que exista... que eu também seja vida!

Roberta Lima