Estive uns dias de férias e
aproveitei para levar meus sobrinhos para Sorocaba, na casa dos meus tios. Num
dos dias, fomos ao parque no Paço Municipal onde há vários playgrounds, caixas
de areia para a garotada brincar, além de muito verde e um lindo lago com patos
e carpas, sempre festivos quando alimentados pelos pedaços de pão que crianças
e adultos jogam na água. Meus sobrinhos ficaram encantados e se divertiram
muito. O menor, Murilo, com dois anos, corria sem parar de um lado para outro
alternando entre os vários playgrounds, até que fez amizade com um outro
menino, Téo, com três anos e começaram a brincar na areia. Téo tinha um trator
e uma caixa de panetone vazia, instrumentos suficientes para eles se encherem
de areia rapidamente. Já minha sobrinha Cibele, com quatro anos, aventurava-se
entre escorregadores, cadeiras de balanço, gira-gira e outros brinquedos para
subir e explorar os movimentos. Uma festa.
Observando meus sobrinhos e o
quanto crianças são capazes de se divertir com coisas simples, me veio à mente
uma questão: nós, os adultos, acabamos por impor condições para a felicidade.
Explico. Dois dias depois fomos para um sítio numa cidade próxima para passar a
virada do ano, lá, as crianças tinham cadeiras de balanço, bolas e espaço. Não
havia playgrounds, carpas, nem patos. Os animais que avistamos, dos sítios
vizinhos, eram bois e alguns cavalos, galinhas e cachorros. Mas meus sobrinhos
continuaram se divertindo, brincando e expressando felicidade em todo o tempo.
Pensei que isso deve ser também parte do conselho bíblico que nos diz “sejam
como crianças”.
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Para sermos como as crianças, é
preciso aceitar que até mesmo o que é simples, cotidiano, pode nos trazer
enorme satisfação. Não precisamos de muito para sermos felizes, só precisamos
estar disponíveis para sermos encontrados pela felicidade. Já disse o Guimarães
Rosa, “felicidade se acha é em horinhas
de descuido”.
#2 Andréa Cerqueira
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