segunda-feira, junho 24, 2013

A mídia, a cura gay e eu em defesa do Marco Feliciano, quem diria...

Eu tenho uma porção de motivos teológicos para discordar de Marco Feliciano como pastor, mais alguns para discordar de sua postura como deputado, mas confesso que não tenho nenhum argumento contra ele no que a mídia, erroneamente, chama de "cura gay". Vamos aos fatos.

A primeira coisa importante para se esclarecer sobre o assunto é que a mídia brasileira tem manipulado descaradamente a opinião pública em favor de alguns ideais, atualmente, a favor do que se chama de "agenda gay". Assim, ao abordar um projeto que prevê alteração nos artigos do Conselho Federal de Psicologia e apelida-lo de "cura gay" a informação é publicada de forma distorcida, limitando o esclarecimento e reforçando o preconceito, o que chega a ser irônico.

A segunda coisa importante é que não se trata de um projeto do deputado Marco Feliciano, embora ele, como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, o tenha colocado em pauta.

E o mais importante de tudo: O projeto não prevê a cura para gays. Vejamos:

O Projeto de Decreto Legislativo 234/11, de autoria do deputado João Campos (PSDB), não pretende criar nenhuma rede de tratamento psiquiátrico ou psicológico para "cura" dos homossexuais. Isso sequer foi cogitado.

O que o Projeto pretende é anular o Parágrafo Único do Artigo 3º e todo o Artigo 4º da Resolução 1/99 do Conselho Federal de Psicologia. Leia o texto do projeto:

Art. 1º Este Decreto Legislativo susta o parágrafo único do Art. 3º e o Art. 4º, da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1/99 de 23 de Março de 1999.

Art. 2º Fica sustada a aplicação do Parágrafo único do Art. 3º e o Art. 4º, da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1/99 de 23 de Março de 1999, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual.

Art. 3º Este decreto legislativo entra em vigor na data de sua publicação.


Compreendendo quais são os artigos da Resolução que podem ser suspensos pelo PL 234/11:

Parágrafo único – Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.

Art. 4° – Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.


Analisando esses parágrafos da Resolução, não está claro que eles são abusivos? Eles tratam de uma proibição aos profissionais da psicologia de exercerem auxílio a pessoa com tendência homossexual que queira, de livre vontade, orientações. Ao proibir os profissionais de auxiliarem, não está a Resolução, condenando aqueles que, por quaisquer motivos que sejam, queiram orientar-se em relação a sua sexualidade ou até mesmo repensarem essa sexualidade a viverem sozinhos esse drama? Então a Resolução parte do princípio que todos os homossexuais devem simplesmente serem felizes com sua condição e ponto final? Que não há exceções?

O Projeto não prevê tratamento para gays. Mas se aprovado, aquele que livremente buscar auxílio e orientação encontrará na Psicologia um apoio e, a partir de então, terá melhores condições para tomar decisões.

O que vejo com a proibição na Resolução do Conselho Federal de Psicologia é uma decapitação da liberdade humana, justamente do que acusam a comissão e o deputado Marco Feliciano ao chamarem o Projeto de "Cura Gay".


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pelo Reino, com inteligência.

#2 Andréa Cerqueira
(@acspira)



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