quarta-feira, dezembro 29, 2010

Quando vem o gosto amargo e indigesto de uma decepção






Se a sua vida é a de um ser humano normal, em algum ponto, alguém vai te decepcionar.
Pode ser um familiar, pode ser alguém que você admira, pode ser um amigo, pode ser um amor. É quando você começa a perceber que não é possível que o mundo inteiro trabalhe a seu favor - e nunca gostamos disso -, o que também não quer dizer que todo ele conspire contra você.

Mas, sejamos sinceros: dói!

Sempre que uma decepção bate à nossa porta, dói
e às vezes parece ser essa uma dor insuportável! Cada relacionamento tem sua devida relevância e papel em nossas vidas. Por isso mesmo, nenhuma decepção é mais importante que outra, ela dói em qualquer forma, em todo tipo de relacionamento.

Alguns sinônimos para esclarecer o que é a decepção
: Engano; logro; desilusão; desapontamento. (Dicionário on-line).  E esses são sentimentos amargos e indigestos. É o sabor do desencanto.
Experimentei esse gosto amargo há alguns dias atrás num relacionamento de amizade. Conheço uma pessoa há mais de sete anos, sempre tivemos um bom nível de amizade e, exceto o tempo em que moramos em cidades diferentes, temos a mesma turma de amigos, congregávamos no mesmo ministério por anos e vamos a lugares em comum, um desses relacionamentos de amizade mais próxima quando as rotinas permitem.
Mas, depois de todo esse tempo, descobri que ela não é tão confiável como sempre imaginei que fosse. Que nem sempre os assuntos que eu comento com ela, ficam restritos a ela, bem como os assuntos de outros amigos nossos. Descobrir essas coisas foi como ter a sensação de que uma película protetora foi tirada de seus olhos e você passou a enxergar tudo diferente.

Mais uma vez, sejamos sinceros: é muito ruim o sentimento de insegurança que nos assalta quando alguém quebra a sua confiança, não é?

A questão da confiança é a palavra-chave nesse processo.
Quando passamos a conhecer as pessoas e começamos a confiar nelas, criamos uma base sólida, um alicerce no qual apoiamos o relacionamento. É claro que muitas projeções podem acontecer nesse processo, podemos superestimar o outro, acostumando-nos tanto com suas qualidades que mal discernimos seus defeitos.

Bom, agora que não tem mais jeito, vamos aos fatos: Podemos nos revoltar com a vida e as pessoas e não confiarmos em mais ninguém. Mas isso não seria uma atitude totalmente egoísta e centrada em nós?

No meu caso, por exemplo, encarei depois de uns dias a verdade de que a minha amiga é assim e ponto. Não é só comigo, é como ela é! Então tenho feito a opção de amá-la mesmo assim e continuarei respeitando-a, porém, vou me reservar ao direito de não compartilhar com ela qualquer opinião ou sentimento que eu não queira que outros saibam. Mudou a amizade? É claro que sim! Mas sou adulta, posso lidar com isso. Tenho contado com Deus para me ajudar no processo de cura e amadurecimento, tenho contado com a minha fé em Cristo – afinal, que exemplo melhor eu poderia ter para saber que é preciso perdoar e continuar?

Quando uma decepção vem, significa apenas que eu e todos ao meu redor somos seres humanos, e, portanto, todos passíveis de muitos erros. E que relacionar-se pode ser a maior peripécia da minha vida, tornando o meu dia-a-dia repleto de relacionamentos, uma constante aventura.

Sinceramente acreditando que o melhor é aventurar-se,

Andréa Cerqueira.

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