Não sei explicar exatamente porque gosto tanto do frio, de dias nublados e melancólicos, talvez seja porque não sofro tanto com o calor e porque me sinto mais inspirada para ler e escrever, por exemplo. Mas se eu pudesse escolher, jamais acabaria com os dias de sol. Por mais que eu goste das temporadas de outono e inverno, sei que não poderia viver – pois seria muito triste – a vida toda sem a primavera e o verão. Por isso que o Criador os fez em nossas vidas: cada estação com sua missão, todas essenciais para nós.
Assim como o ciclo das estações, durante meu desenvolvimento também passo por ciclos distintos e um sempre reflete no próximo. Sou hoje o fruto das minhas escolhas dos dias anteriores, fruto também das circunstâncias que vivi, das pessoas com quem me relacionei, das crenças que absorvi e da cultura que me foi ensinada. Sou fruto de tudo quanto passou por mim.
Há dias venho conversando com uma de minhas amigas, sobre a necessidade que sinto de me reconstruir. E falo disso no âmbito emocional. Há uns dias postei aqui um vídeo do Pete Briscoe e cujo objetivo é dizer: permita a Jesus ser o primeiro. Fiquei estarrecida com o testemunho do pastor Briscoe para essa série “I am second” (Eu sou o segundo). O vídeo me impactou porque me identifiquei muito com ele. Assim como Briscoe, durante muito tempo busquei sem cessar (conscientemente ou não) a aprovação das outras pessoas, começando por meus pais. Quando criança, minha mãe me comparava demais com as minhas amiguinhas, era a forma como ela acreditava estar me incentivando a ser uma aluna melhor, uma filha melhor, uma menina melhor. Acontece que eu nunca me sentia boa o suficiente. Nunca duvidei do amor de meu pai, mas ele não foi criado com o hábito de dizer o que sente, então precisei aprender a “ler” o “eu também te amo” em suas atitudes e cuidados para comigo. Sempre vivi cercada de amigas e amigos, tirei as melhores notas dentro de minhas possibilidades e busquei ser o mais educada e agradável com todas as pessoas. Desenvolvi a maior dificuldade do mundo para dizer “não” para os outros, porque nunca os queria decepcionar. Então, descobri que a vida é feita de temporadas em que as folhas secam, o vento bate e é preciso deixá-las ir.
Tenho certeza que somente o Evangelho tem esse poder curador sobre a minha alma. É ele que faz as folhas das minhas necessidades emocionais secarem, quem sopra o vento fazendo-as cair. Não é fácil, depois de uma vida inteiras de construções emocionais, reconstruir-se. Mas a verdade é que sei que não dependo de minhas próprias forças para isso, dependo de Deus. É quando me aproximo dele, quando aprendo sobre Jesus, quando me relaciono com ele, que descubro sobre seu amor imutável, sobre seu cuidado e então me sinto segura. Quanto mais me sinto amada por Deus, menos dependo da aprovação das outras pessoas. E isso não tem nenhuma relação com soberba não, é o meu reconhecimento de minhas limitações e saber que, apesar de mim, ele continua a me amar.
Dia desses li no devocionário A Jornada: “Minha fé não tem afastado de mim as dificuldades, mas uma fé vivida com fidelidade tem transformado minha fraqueza em força.” (Ed. Z3). Isso veio ao encontro a como me sinto. Quando minha alma tenta me dizer o contrário, busco colocá-la em seu devido lugar. Algumas de minhas amigas já sabem o que quero dizer: o cantinho da disciplina, se preciso, ajoelhada no milho! (rs...)
Trocando as folhas emocionais vou permitindo que, dia após dia, Deus estabeleça seu amor e verdade em mim e me ajude a reconstruir, renascendo com uma nova folhagem para as outras estações da vida. Fácil? Não, não é. Mas é possível e sei em quem tenho crido. Cristo em primeiro lugar, eu venho depois e minha alma, bem, essa estou buscando manter no cantinho.
Abraços,
Andréa Cerqueira
Andréa Cerqueira
Oi Andréa, eu já sou ao contrário, se acordo e está sol fico super ani,ada pra tudo, mas se o dia está nublado =( ai parece que tudo fica ruim. Muito bom o post.
ResponderExcluirFique com Deus.
Beijos