Um ano todo novo começa hoje e de repente temos aquela
sensação de que recebemos uma nova chance de reescrever a nossa história, como
se mais uma página do livro fosse virada no livro do ciclo da vida. Uma página
em branco. E então uma pergunta surge: O que vamos escrever nela?
É provável que ainda estejamos processando as informações do
“balanço” do fim de ano, período muito comum para coisas assim. Avaliamos o ano
que passou, tantas vezes como num piscar de olhos diante de nós, talvez
percebamos que aquela lista de objetivos para o ano não foi concluída (“Mas de
que lista ela está falando?! Sequer fiz uma!). Ou nos conscientizamos de que
abandonamos alguns objetivos quando os primeiros obstáculos surgiram, ou ainda,
tenhamos nos desviado deles por razões diversas. Avaliamo-nos em relação ao que
queríamos e ao que nos foi proposto durante o ano, como reagimos e do que tiramos
algum proveito diante de tudo o que foi surgindo nos mais de trezentos e
sessenta dias que se passaram. Como resultado, podemos encontrar uma série de
desculpas para nossa falta de foco, desistência ou insuficiência em realizar
tudo o que planejamos no início do ano passado. Podemos também nos dar por
satisfeitos com alguns resultados obtidos, ainda que não tenhamos sido os
melhores do ano no que nos propusemos a ser ou, por algo que nem saibamos
realmente definir, fomos agraciados de tal forma que superamos todas as nossas
expectativas. Sinceramente eu não sei em qual dessas três possibilidades você
se encaixa. Eu desconfio que faço parte de uma maioria que conseguiu lidar com
o ano que passou assim: ganhando e perdendo, conquistando e cedendo, realizando
algumas coisas importantes e engavetando outros planos (que no início pareciam
também essenciais). O resultado final? Ganhei e perdi e a balança se
equilibrou. Estou aprendendo com isso e deixando a gratidão soar mais alta a
sua voz, como uma forma de consolo e inspiração para mudar um pouco mais esse
ano.
A verdade é que, a menos que algo inesperado aconteça, a
vida costuma ter sua cadência, seu ritmo, sua forma de se desenvolver para cada
pessoa. Talvez seja algo como uma dança. Mas uma dança particular, feita para
cada indivíduo, com música, ritmo e letra que envolva toda a sua cultura, sua
experiência e interaja com cada um em movimentos de ações e reações com tudo o
que nos envolve. E é justamente por isso, por esse movimento da vida, que eu
acredito que Deus existe e age em nós. Sinto-me segura ao observar que tudo o
que existe tem seu ritmo, seu ciclo que se desenvolve e se completa, para crer
em Deus e em sua Palavra. E já que temos essa sensação de que uma folha do
livro foi virada e ela está em branco, esperando-nos para os próximos
registros, que tal começarmos o ano um pouco mais próximos do nosso Criador? E
não estou falando de frequência nos cultos ou missas, em grupos de oração,
grupos de estudo caseiro (sou favorável a todas essas formas de reuniões),
tampouco de tudo o que já pensamos conhecer sobre Deus. Falo de permitir que a
Luz ilumine o nosso conhecimento. De desafiarmo-nos a experimentar uma vida com
Deus totalmente nova nesse ano, a estarmos dispostos a sermos mudados, a ter
nossos paradigmas quebrados, a conhecermos profundamente o Evangelho, a
permitir que nosso caráter seja moldado pela Palavra, a colocarmos em prática
tudo o que nossos lábios professam sobre Cristo.
A versão “A Mensagem” da Bíblia inicia o Evangelho de João
introduzindo Jesus de forma brilhante:
“Antes de tudo, havia a Palavra, a Palavra presente em Deus, Deus
presente na Palavra. A Palavra era Deus, desde o princípio à disposição de
Deus. Tudo foi criado por meio dele; nada – nada mesmo! – veio a existir sem
ele. O que veio à existência foi a Vida, e a Vida era a Luz pela qual se devia
viver. A Luz da Vida brilhou nas trevas; as trevas nada puderam fazer contra a
Luz.” (João 1:1-5).
Não poucas vezes, a Palavra afirma que Jesus é a razão pela
qual tudo subsiste. Essa mesma harmonia que houve desde o princípio no
relacionamento de Deus consigo e a criação está disponível para nós através do
Deus Filho encarnado, Jesus, como nos explicou o apóstolo João: “o
Filho é como o Pai, sempre generoso, autêntico do início ao fim.” (v.
14), ele afirmou: “tudo veio por meio de Jesus, o Messias. Ninguém jamais viu Deus, no
máximo fora um vislumbre. Foi, então, que essa Expressão única de Deus, que
existe no próprio coração do Pai, se revelou, com a clareza do dia.”
(v. 18).
Acredito que a “dança” da vida será muito melhor executada
por nós se aquele que a fez estiver, efetivamente, dançando conosco. Está na
hora de sermos aqueles que fomos chamados para ser, de deixarmos que a Luz
brilhe em nós e ilumine nosso conhecimento, gerando mais vida para que tudo
isso, de forma harmoniosa, seja transmitido para todas as pessoas que passarão
por nós, está na hora de preenchermos as páginas em branco em harmonia com o
nosso Deus durante os próximos trezentos e sessenta e cinco dias do novo ano. Se
vamos dançar ao ritmo da vida, que seja uma dança harmoniosa e cheia de Luz e
Vida. Que seja irresistível para quem ouvir o som e nos ver dançando!
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#2 Andréa Cerqueira
(@acspira)
(@acspira)
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