quarta-feira, julho 30, 2014
Ele ainda é: Amigo de publicanos e pecadores...
Postado quarta-feira, julho 30, 2014 Por Unknown
Eu que já me senti algumas vezes como aquele paralítico, cheio de dores e pecados, levado pelos amigos aos pés do Mestre Amado, recebendo perdão para levantar e enfim viver.
Também já fui Tomé e me vi incapaz de crer na realização de sonhos antigos, mortos pela falta de esperança, pelas tentativas frustradas, pelo esforço inútil que não deu em nada, e como Marta eu te ouvi dizer: "Andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária"... escolha a boa parte e esta não te será tirada.
E depois do choro, da espera, do desespero e lamento pelos sonhos que eu sepultei, ouvir do mestre após 'quatro dias': "Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá". E, perceber, enfim, que um dia o choro passa. Um dia aquilo que parecia perdido, que estava morto, apodrecido, ouve a voz da vida e ressuscita dentro de nós. Que, embora, alguns dias pareçam durar mil anos, tamanha a dor e agonia de quem com lágrimas semeia no chão da vida, ainda permanece uma esperança longínqua de colher com júbilos o pranto que se tem semeado.
Eu também já me senti Pilatos, não vi a Verdade, cega pela religião e politicagem, lavei as minhas mãos e até os pratos, por não saber o que fazer. Mas, como aquele cego de nascença enviado ao Tanque de Siloé, fui por Ti encontrada, pude ver a tua Maravilhosa Graça, eu que era cega pude finalmente ver.
Como não podia deixar de ser... já fui Pedro tantas vezes... e sinto que ainda te nego, mesmo sem querer. Nego-te quando ignoro os preceitos mais importantes da tua lei: o amor, compaixão, perdão, misericórdia. Nego-te quando não consigo te ver no meu irmão, no meu amigo, num parente desconhecido, num próximo que de tão próximo, às vezes, fica distante demais para o meu egoísta amor. Nego-te quando não esqueço o mal que me fizeram e atiro no outro as pedras que foram deixadas aos pés de quem já me perdoou.
Mas, mesmo assim te fizestes meu amigo, quando te tornastes, em tempos idos: Amigo de publicanos e pecadores.
Beatriz Pereira
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