quarta-feira, dezembro 15, 2010

As vertigens dessa tal liberdade...


Esses dias parei para conversar com a Carlinha (uma das Meninas do Reino) e quando paramos, realmente paramos. F5 e Update rolam intensamente e enquanto a TIM não nos banir e a conexão do skype permitir, continuaremos com nosso hábito...e quando daqui partirmos, como brinca minha amiga, nos sentaremos em alguma calçadinha das ruas de ouro e lá teremos uma eternidade inteira para papear.

Bom, nem havia tencionado mencionar isso no post, acho que ando meio prolixa, mas é que lembrei que foi no último papo com a minha amiga-mana que comentei que algo estava batendo dentro de mim e esse algo era a percepção de que a liberdade dava vertigens. Creio que não sou a primeira a pensar ou escrever sobre isso, aliás, vou me arriscar a falar de algo que ainda está sendo digerido em meu interior.

Fins de ano são propensos a retrospectivas, reflexões, balanços e consequentemente novas percepções. Ao olhar para o fim de 2010 que se aproxima, lembrei-me do fim de 2009 e lembrei-me do fim de 2008. Estou em uma jornada, com algumas marcas bem definidas em certos trechos do caminho.

Fins paradoxalmente me lembram começos. Fim do começo? Começo do fim? Fins e começos...fins ou começos? Bom...deixa o meu lado nonsense pra lá. Estou enrolando e não consigo realmente adentrar no âmago da questão que quero abordar, falei até bonito (tem isso, às vezes falamos bonito mas não falamos NADA – Deus me livre disso!).

O fato é: Quando hoje olho para trás e vislumbro algumas cenas, percebo quantas situações ocorreram e como elas me afetaram e transformaram. A sensação nítida que permeia meus sentidos hoje é de uma dupla salvação...Uma ocorrida há cerca de 10 anos atrás, quando fui salva do mundo, ou seja, do sistema de valores reinantes e dominantes e que se chocam frontalmente com a verdade pura e límpida do evangelho. Ocorre que tal experiência aconteceu em estreiteza de relação com um mundo eclesiástico sectário, legalista e farisaíco que por muito tempo abduziu minha alma do mundo real. Mas, sempre há um “MAS”, houve o tempo da ruptura, como li outro dia “no tempo tem sempre um dia. Um dia em que muda o tempo e um novo tempo se inicia.” E, um novo tempo se iniciou, tempo em que sinto a alegria da salvação Dele novamente e agora me sinto também salva dos perigos e mazelas de um doentio ambiente religioso no qual mergulhei durante um bom tempo.

Foi tudo ruim? De forma alguma. Aprendi que sou aprendiz. Aprendi que muitas pessoas fizeram valer a pena, que com toda a certeza TODAS as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus (Rm 8:28). Aprendi e tenho aprendido muito sobre minha divina humanidade e mais do que tudo tenho aprendido a viver e conviver com essa tal LIBERDADE.

Liberdade que o Apóstolo Paulo menciona como passível de fazer todas as coisas LÍCITAS , mas nem todas nos CONVIR (1 Co 6:12).

Liberdade que é plena, porque Ele me dá liberdade para desobedecer...liberdade que não se confunde com libertinagem.


A liberdade dá vertigem.

Creio que deve ser uma sensação parecida como aquela vivenciada pelo presidiário que anseia pelo dia de sua libertação, mas ao se deparar com as grades da prisão se fechando à suas costas, sente um misto de alegria e medo.

Um navio quando se lança por mares abertos nos remete a uma sensação de plenitude e liberdade, mas muitas vezes o balançar das altas e agitadas ondas também nos deixam com vertigens.

A cada dia compreendo mais o quanto Ele me ama, o quanto tal amor tem a ver com Ele e não com o que eu faça, o quanto Sua arrebatadora e estrondosa graça são reais.

Confesso: é bom, mas ainda estou a me acostumar. Como disse Rubem Alves: “não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses”. Saí do casulo há pouco, meus voos por vezes são plenos, por vezes curtos e por vezes temo a vertigem do voo.

Mas quero continuar a subir, a voar, a ser livre NELE. Amando e sendo amada. A cada dia sendo curada, restaurada, libertada. Sabendo que as vertigens podem até fazer parte do processo mas jamais o anularão.


Vertiginosamente livre,

Roberta Lima

PS! Deixo com vocês duas canções que me inspiraram nesse dia, queria escolher uma, mas não consegui. Então. Vai o link das duas logo abaixo.


2 comentários:

  1. "SIM,A LIBERDADE DÁ VERTIGENS...como sentiu o Mandela qdo saiu do cubículo em q ficou preso por tantos anos...o dia q ele saiu e viu o céu,ele ficou tonto e quase caiu no chão...era espaço demais!!!"

    Comentário da Bel Lepsch sobre o post no Facebook e que muito me chamou a ATENÇÃO!

    =)

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  2. Nossa ... amiga vc traduziu muito bem como me sinto exatamente agora.

    Bravo !

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