terça-feira, janeiro 10, 2012

Vida Plena



Por Thiago Azevedo

Ontem numa festa de aniversário de um amigo, refletimos sobre o que significava ter vida abundante, baseada em João 10.10. Percorremos os conceitos e preceitos teológicos sobre e vislumbramos que este teor de plenitude requer de nós voltar ao sermão da montanha, onde, os mais simples fazem parte do reino de Deus, que este, se baseia na simplicidade com que levamos a vida. Tanto é verdade, que Jesus em sua caminhada, incitava seus discípulos a se tornarem como crianças.

No mundo complexo em que vivemos, de relações conturbadas, cheias dos eus que invadem e atormentam o amor nutrido um pelo outro, ser simples é deveras complicado, o que faz disso um imenso paradoxo. O mundo se torna paradoxal, à medida que um simples pôr-do-sol se torna um incômodo para o sentimento de “produtividade”, já que dá a idéia de que o dia está acabando.

Todos buscam uma vida mais plena, mais abundante, porém, ainda não sabemos como responder a essa busca, o que significa ter uma vida abundante? Não queria e não quero entrar nos clichês, que vida abundante é andar com Jesus e etc. Pois até mesmo aqueles que professam este credo, acabam se afogando dentro de si mesmos, complicando cada vez mais a fé e a vida.

Geramos um Deus antagônico à vida e a simplicidade que ela nos oferece (lembrem que simplicidade não quer dizer fácil), pois com as amarras da lei, impomos o dogma e com isso em vez de livres, somos castrados, esse Deus não caminha com você, mas te empurra, como se conduzisse uma boiada e não um rebanho.

Isso contraria a lógica do Bom Pastor, até mesmo do que Paulo escreve em I Co 13, nesse preceito de Deus não há amor e nem misericórdia, palavra que aprendi numa mensagem, há apenas o duro peso do chicote ideológico. Não há a presença do Deus que se fez menino, todavia, do Deus que se faz destruição. Com isso, não há como se ter o sentimento de vida abundante e nem plena.

Ela também não tem uma única forma, ou jeito, ela é do jeito que procuramos a paz e a encontramos, mas há indícios, por exemplo, quando estamos mais desprendidos das coisas e nos ligamos à vida, na sua forma mais singela, vamos encontrando as saídas necessárias para este tipo de plenitude, isso me lembra o sermão da montanha sobre em buscar o reino de Deus e sua justiça, também lembra o estado de contentamento de Paulo, que sabia viver em todas as circunstâncias, por isso se sentia forte naquele que trazia fortalecimento.

Temos que lembrar que Deus é o Deus dos antagonismos da humanidade, semelhante à oração de São Francisco, onde houver ódio, o amor, onde houver guerras, a paz. Onde houver negação, plenitude.

Vida plena tem haver com um belo pôr-do-sol, uma caminhada, um papo aberto e franco e alguém dizendo...

“Este é meu filho amado em quem me comprazo...”

Paz e bem

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