sexta-feira, abril 15, 2011

Quando eu fui dragão...


-Por mais que eu tentasse deixar de ser dragão, eu não conseguia.
-E como foi quando Aslam chegou?
-Eu senti uma dor, mas uma dor boa e então voltei a ser menino.

Esse pequeno diálogo travado entre Eustáquio e Lúcia no filme “as Crônicas de Nárnia: a viagem do peregrino da alvorada” acenderam estrelinhas em mim. Confesso que não lembro desse diálogo quanto li a obra de C.S Lewis na qual o filme se baseia. Confesso também que é impossível não associar o fato de que Eustáquio era dragão e não conseguia mudar e nossas próprias “dragonices” (se é que tal termo existe).

A história começa com Eustáquio sendo um mocinho impertinente, arrogante e até mesmo desafeiçoado. Já era “dragão” em sua essência, mas ao ser transportado para Nárnia é alcançado por um feitiço e então toma a forma de um verdadeiro dragão.

Aí começam seus conflitos, seus dilemas, mas também sua transformação.
Creio que um dos primeiros fatores necessários para a mudança é a consciência de que necessitamos da mesma. Já diz a sabedoria popular: “tudo muda quando você muda”

Eustáquio teve sua feiúra de dragão revelada, era impossível disfarçar e ainda mais impossível sair daquela condição.
Abreviando a história, o mesmo se encontra com Aslam e então volta a ser menino.

Como citado no diálogo do começo do post, foi doído, mas foi uma dor boa.
Será que pode uma dor que dói ser boa?
Acredito que sim, principalmente aquelas que nascem das intervenções do nosso querido Jesus (Aslam) em nossas vidas.

Muitas vezes da própria ferida brota a cura, assim como do próprio veneno brota o antídoto.
O fato é que por mais que tentemos, dificilmente conseguiremos mudar por nós mesmos e baseados em nossos próprios esforços.

Muitas vezes vejo pessoas afirmando que na hora que “consertarem” suas vidas então se achegarão a Deus, esquecem-se que Ele veio justamente para os “desconsertados”, os inabilitados, os pouco amados, os marginalizados, os imperfeitos, os desregrados, desesperados e desesperançados. Ele veio para aqueles que não são [1 Co 1].
Não são meninos, não são meninas, são dragões.
Basta apenas deixa-LO se achegar, sua dor boa desatar e então, como crianças, que é como Ele nos quer, iremos nos tornar.


Roberta Lima



7 comentários:

  1. "nossas próprias “dragonices” (se é que tal termo existe)". Bem, antes de por meu comentário queria dizer que amei o "dragonices" rsrs e como #Intrissicitudico que sou identifiquei em você uma torrente de #Intricissitudes que te habilita a criar novas palavras, é você pode, se essa palavra não existia depois que você digitou tcharáá ela disse seu primeiro buáá, kkk [sou maluco, acho que já percebeu, kk].
    Falando mais sério, me encanto com essa graça que há em você te capacitando a ver a vida e o evangelho em tudo que nos cerca "Muitas vezes da própria ferida brota a cura, assim como do próprio veneno brota o antídoto." falou simples e profundamente em minha alma. Deus te ilumine mais a cada dia.

    * Você havia me falado em escrever algo sobre Nárnia, agora falta sobre as Espartanas, kkk.

    Grande abraço

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  2. Fui total e completamente envolvida pela leitura do teu texto Anjinha! OMG! rss, me perdi e me encontrei na descoberta de minhas "dragonices".
    Lindo!
    Beijos Mana Anjinha

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  3. Renato...

    Eu acho que nunca comentei, mas eu gosto muito desse seu termo "intricissitudes", acho que desde a 1ª vez que o li, fiquei pensativa na amplitude que teu neologismo conseguiu captar.
    Pois é...de narnianas eu comentei que falaria na TL, agora sobre as espartanas, nossa, que desafiador...rs
    Mas obrigada por compartilhar e fico feliz que o post tenha falado ao teu coração mano...eu tb sou maluca e uma maluca viciada em ver a mão Dele em todas as coisas...hehehehe

    Nozinha!

    Meu shing-li bipa que bipa c/ vc postando trechos do post, assim meu ego levado vai às alturas...brincadeira...é bom saber que não sou a única a ter "dragonices" e a conhecer a dor boa que vem Dele e que nos transforma em belos meninos e meninas do Reino.

    Para o Norte, Para Nárnia!!! rs

    Bjs queridos!

    PS! Caminhar com vcs, ainda que virtualmente, é luxo da graça do PAI!

    =)

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  4. Belíssima reflexão, mana! Também me identifiquei com este dragão que não quer mais ser dragão, minhas "dragonices" só me atrapalham em algumas coisas básicas, mas essenciais.
    Só com a intervenção Dele pra mudarmos profundamente o que deve ser mudado, e tb peço pra sentir esta dor boa que nada mais é do que o toque Dele, me tirando da inércia e me trazendo à uma nova vida.
    Esta dor por si só é um milagre.

    Bjo. DTA!


    PS: rs... No fundo eu queria passar de dragão a gatão, mas milagre grande assim nem com uma fé do tamanho de uma semente de abacate, né? rsrsrs...

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  5. Para o Norte, Para Narnia...

    Tá Ro agora traduz o primeiro paragrafo do teu comentario hahahha..
    É duro conversar com uma pessoa que tem o "Direito"dentro de si, "Intrinsecamente", fica até dificil nao falar dificil, neah???

    Amiga querida amei o post... chega uma hora que a gente diz, que bom que um dia fui dragão, por que assim Sua mão veio ao me encontro me transformar em "Menina", como foi o sonho DEle desde o inicio...
    Bem eu tenho uma frase que diz o seguinte: Às vezes aquilo que chamamos de ruim é como veneno de cobra, que mesmo sendo péssimo, serve também como antídoto para cura (Dipockrandt).

    bjhos

    Roberta a menina que tem um "Advogado"dentro de Si.....

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  6. Fabiano,

    Se tu não arrancares umas risadas altas no final ñ é tu, né? Santa inventividade que permeia teu ser...rs

    Dizinha,

    O "intricissitudes" é invenção do Renato...ele explica lá no blog dele...espia lá, o blog do nosso mano é mega-bacana...rs
    Adoro as frases by @DYLuzPockrandt e sim, eu tenho um "advogado" dentro de mim e você um "psicólogo" e por aí vamos...para o norte, para Nárnia...

    Bjks queridos!

    Ter vocês aqui é graça do Pai em altas doses!!!!

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  7. Realmente perfeito! Tds nós precisamos retirar "algumas escamas", eu diria constantemente. Nunca estamos "completamente" curados (isso não é possível nem em Nárnia, quem dirá no nosso mundo). Mas, como dizia o próprio Lewis, às vezes Deus nos permite errar, só para nos dar mais uma chance de recomeçar. Todo o dia mostramos nosso lado "dragão", mas depende apenas de nós enxerguarmos isso e correr para Jesus (Aslam), Ele nos limpa com alegria, só de saber que entendemos que estamos sujos.
    Amei o blog, estarei aqui mais vezes u.ú
    Bjoo da Narniana

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