Há uns dias eu viajei a trabalho para outra cidade e, como fui de carro e sozinha, tive alguns momentos que aprecio muito: dirigir e ver lindas paisagens pelo caminho, ouvir música e cantar sem receio de que alguém ao lado iria criticar a minha afinação – ou, digamos, a falta de uma afinação melhor (hehe) – e, conversar em alta voz, livremente, com o Paizão.
Era a semana do meu aniversário. Não preciso dizer o quanto essa data traz uma série de reflexões, avaliações, questionamentos e sensibilidade. Ou até preciso, caso você não tenha ainda entrado pra lá da faixa dos trinta! rs... Acontece que fui inundada por um sentimento imensurável de gratidão na véspera do meu aniversário. Olhei para a minha vida e tive consciência de que não tenho tudo o que desejava ter nessa idade, mas voltei-me para o que tenho e fiquei emocionada, sentindo-me uma privilegiada.
A questão não é o que eu ainda não tenho, mas tudo quanto já recebi.
Meus pais estão casados há 33 anos. Tenho um irmão casado há um tempo e dois sobrinhos, uma menina com 4 anos e um menino com quase 2 anos, pelos quais sou loucamente apaixonada. Tenho um avô que recém-completou 98 anos e minha avó fará 90 anos em breve. Tenho uma família imensa, formada por tios e tios que eu adoro e primos que são como irmãos para mim. Tenho amigos inestimáveis! Pessoas que o próprio Deus colocou na minha vida em fases diversas e, distantes ou não, seja geograficamente ou por motivos das mudanças da vida, estão no meu coração e são parte do melhor do Paizão em mim. Tenho um lugar para congregar, me reúno com outras pessoas para celebrar a nossa fé em comum e, seja nas reuniões na comunidade de fé ou nos pequenos grupos, compartilhamos sobre tudo o que nos envolve. Aprendo muito com elas e sou constantemente desafiada a viver um Evangelho simples e cada vez mais verdadeiro e engajado. Tenho o privilégio de poder compartilhar minhas idéias, questionamentos, sentimentos e impressões na vida virtual e cada vez mais, sou impactada com quão profundo tudo isso pode ser, porque, por mais virtual que seja, tem sido feito em companhia de pessoas feitas de carne e osso, que assim como eu são feitas de experiências, dúvidas, certezas, receios e fé. Repletas de dons e talentos e que esbanjam singeleza e razão ao escreverem, tanto quanto a exata noção da realidade sempre que ela se faz necessária. As Meninas do Reino, por exemplo, elas vão dos sonhos às asperezas da vida, tais como recentemente foram ilustradas, como mulheres “de aço e de flor”. Tudo isso é muito bom e faz parte dos “mimos” de Deus na minha jornada.
Quando estava refletindo sobre aquilo que eu ainda não tenho, perguntei-me: por que é que isto ou aquilo deveria ser tão importante? O que realmente é essencial para que eu viva? Eu preciso de Deus em minha vida. Poder agradecer por ele me amar, por Cristo ter morrido naquela cruz por mim e porque sua graça é imensurável e suas misericórdias se renovam a cada manhã, enche-me o coração de júbilo.
Tudo o que o Paizão me deu é muito, mas muito bom mesmo! Não faço ideia do que ainda viverei, mas depois desse tempo, mais do que antes, tenho plena consciência de que o vital para mim, em concordância com as palavras do pastor Alexandre Robles, é: EU SÓ NÃO VIVO SEM O MEU DEUS! E é ele quem me faz enxergar com a alma a beleza de tudo isso!
P.S.: Meu carinho, agradecimento e minha amizade para servir a cada uma das Meninas e dos demais amigos e amigas que fizeram do meu dia um dia inesquecível, que me levaram, com cada mensagem e post no blog e as outras redes sociais, das lágrimas às gargalhadas!
Com todo meu amor,
Déinha
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