A questão principal que envolve o “se eu fosse você” é se conseguimos deixar o nosso egocentrismo de lado. Gostaríamos que tudo fosse do nosso jeito, que todos pensassem como nós, que o mundo fosse regulado pelas nossas leis.
O amor é uma das relações ideais para observar este fato. Via de regra, um dos apaixonados cede mais do que o outro. Inclusive, existem dinâmicas em que apenas um cede e o outro sempre domina. Relações assim acontecem desde o começo do mundo, mas nossa sociedade parece querer justificar racionalmente tal desigualdade. O discurso atual é que a competição é o modelo padrão de relação e a vitória deve ser conquistada a qualquer custo.
Sendo assim, é compreensível que duas pessoas deixem o amor de lado para tentar dominar um ao outro.
Igualmente não é por acaso que as terapias de casais fazem sucesso hoje. Os problemas, que antes eram resolvidos em casa, precisam de plateia e orientação. As pessoas não conseguem mais se entender sem uma mediação: seja a do juiz no tribunal, do terapeuta no consultório ou do pastor no encontro de casais. As pessoas não conseguem mais se colocar no lugar do outro e ver os seus desejos e necessidades. Alguém de fora precisa mostrar isso a elas.
No fim, apesar de nosso desenvolvimento tecnológico, das informações em tempo real, das lutas por direitos iguais, das liberdades individuais... Venceu o nosso velho egocentrismo! E não apenas no mundo secular. O egocentrismo invadiu a igreja também. Parece que perdemos o sentido de Emanuel – “Deus conosco” – para criarmos um “Deus comigo”.
Ao seguirmos o segundo mandamento não será necessário dizer “Se eu fosse você”. O que seria dito é simplesmente “Eu te amo”.Obviamente, a medida do cristão nunca pode ser o próprio homem... Por isso, é tão necessário que tenhamos uma base bíblica construída sobre alicerces fortes em nossas igrejas e em nossas relações fora dela. E os cristãos são privilegiados: ao invés de seguir inúmeros preceitos como acontece em outras religiões, apenas dois mandamentos são exigidos. Somente dois para que ninguém diga que esqueceu ou que se perdeu entre tantos outros mandamentos: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”. Em caso de dúvidas, é melhor entendermos um pouco melhor o segundo mandamento: “Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”.
Texto escrito originalmente para o programa Histórias de Amor, da Rádio Sem Fronteiras de Pemba (Moçambique). Divulgado para os ouvintes em 30.04.2009.
Lido em Nani e a Teologia
Meninas do Reino
Maravilhoso texto, obrigada.
ResponderExcluirBjoo
verdade-verdadeira!
ResponderExcluirBeijo, meninas