Eu e Finéias eramos salteadores, trabalhavamos nessa função todos os dias! Era um trabalho árduo e muito arriscado também ,mas eu não gostava de trabalho pesado e desejava sombra e agua fresca, por que você nem imagina o que era o trabalho na minha época…
Um dia passou por nós uma viúva, ela vinha contando suas moedinhas que arrecadara na porta do templo, não tivemos dó nem piedade, arrancamos tudo dela… que caída no chão chorou… olhei seus olhos, e antes que me batesse o remorso, sai correndo!
Um dia Finéias resolveu visitar sua irmã no vale dos leprosos, ela estava doente há anos e de vez em quando ele passava lá e lhe jogava umas comidas… eu nunca fui, nunca tive coragem de ir…
Dormíamos ao relento, às vezes em alguma caverna, outras vezes a beira mar, mas naquela noite Finéias estava muito estranho, desde que chegou da visita da sua irmã estava calado, e ver um tagarela como Finéias calado é por que algo estava errado…
- Você também! rimos e nos despedimos, a vida era estranha sem Finéias do meu lado!
Precisava me preparar pra mais um assalto, por que meu dinheiro estava acabando. Vi que dois homens vinham pela estrada… eles estavam rindo, achei até que eles brincavam um com outro, de repente o mais alto deu um tapa na cabeça do outro brincando e o outro correu e logo o outro alcançou e abraçaram-se e riram muito!
O Jovem tirou tudo e me entregou, tomei tudo e quando fui fugir caiu tudo de minhas mãos que pela primeira vez na minha vida tremiam, quando me abaixei pra catar, Ele ajoelhou-se e me ajudou, quando estava juntando meus olhos se encontraram com os dEle, que levemente me sorrio… eu não suportei aqueles olhos e fugi, algumas moedas cairam, mas não pude voltar pra pegá-las!
Dias se passaram e eu andava de um lado pro outro e não conseguia mais sair pra “Trabalhar”. Meus pensamentos sempre estavam naqueles olhos que me comoviam toda vez que eu lembrava deles! Fui tomado por uma angústia, um arrependimento, mas por nem um momento senti medo ou terror! Perguntei pela cidade quem eram… me disseram que Ele era o Homem de Nazaré… lembrei-me de Esther e o fato dEle ter a curado! Era loucura! claro.. eu deveria estar doido! Como alguém me amaria? Eu era bandido!
- Deus dos deuses, Tu que formaste todas as coisas, não sou digno de pronunciaar seu Santo Nome, Sou pecador, injusto, quantas vezes furtei pessoas que lhe serviram? Eu não mereço nada nem seu perdão, mas quando lembro de teus olhos me olhando e a bondade com a qual tu me trataste naquele lugarejo, sou tomado por teu amor e atraído aos teu braços…, por que sei que estás naquEle homem, por que ninguém é bom a não ser tu! ajuda-me a restituir a quem fiz mal….
- Filho, grandes coisas o Pai hoje te revelou! Vai em paz!
Esperei a multidão ir embora, logo vi Ele seguindo com seus discipulos, fui de mansinho e pedi pra chamarem o moço que estava com Ele no caminho, quando o discipulo chegou, entreguei-lhe tudo que havia pegado deles na estrada…Ele tomou seus pertences e foi em direção ao Mestre e conversaram, o Mestre voltou seu rosto pra trás e me olhou e pediu para que o discipulo me entregasse algo. Tomei em minhas mãos e segui andando de costas e olhando praqueles olhos que me retinham de amor. De repente sai correndo, caí de joelhos e chorei por que uma alegria havia tomado meu coração, quando abri o lenço havia um pão e um peixe!
- Filho, eu te amo! O amor tudo sofre e tudo espera, não se ressente do mal e cobre multidões de pecados… Fica em paz meu filho!
Como foi bom estar de novo com minha mãe e voltar as minhas raízes! Fiquei anos com ela, cuidei dela até seu ultimo suspiro, agora espero nosso reencontro um dia!
Eu não segui o Mestre como seu discipulo, mas creio que ao me dar aquele embrulho ele queria me fazer lembrar de onde cai, e que eu voltasse e recomeçasse a minha vida com aqueles que realmente me amam, as unicas riquezas de fato que temos são os que verdadeiramente no amam!
Shallom!!!
Di Luz Pockrandt
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