Já perdi a conta de quantas vezes vivi dias estranhos. E de vez em quando, a aspereza da vida me invade roubando-me a simplicidade e aquela força que vinha antes da esperança, tão necessária para lidar com a vida como ela é. Quando isso acontece me sinto extenuada, minha alma se entristece por um motivo aparente ou não, o dia fica mais cinza e não importa se o céu está azul, aos meus olhos, ele simplesmente desbotou. Minha mente se cansa. Os dias passaram em busca de alguma solução e muita coisa sequer faz algum sentido.
Contudo, antes que isso afete meu espírito ao ponto de fazer-me parar de caminhar, eu diminuo os passos, poupar energias é sempre uma boa atitude nesses dias. Sondo o meu coração e começo a perceber o que é que me faz mal e então, lanço tudo fora. Às vezes, são as más notícias: uma tragédia aqui, outra do lado oposto do planeta, violência, corrupção... Outras são culpa de quem somos, tantas vezes intolerantes, estressados, mal-educados ou, simplesmente, subordinados a uma cultura religiosa (comumente conhecida como a lista do que o crente pode e não pode!) que nos cega, nos afeta e afeta aos nossos próximos, mas disso nem nos damos conta.
Para fortalecer meu espírito recorro à poesia, à música, à Palavra e às orações simples. E guardo meu coração das intrigas, fofocas, picuinhas religiosas e também das más notícias. Sou eu, mais uma vez, virando a gaveta do criado-mudo e espalhando tudo pelo chão: separo as tranqueiras e guardo o que preciso no devido lugar. Tempo de reflexão, de faxina, de coerência, de aprendizado. E como já disse Caio Fernando Abreu “Tô me afastando de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me retém. Tô me aproximando de tudo que me faz completo, me faz feliz e que me quer bem...”. O melhor de tudo é saber que tudo vai voltar a ter cor, esperança e simplicidade. Lembro-me da propaganda que diz “Acredite, os bons são a maioria”, respiro fundo e volto ao ritmo. Eu faço a minha parte e a vida se encarrega do restante.
Caminhando sob a graça...
#2 Andréa Cerqueira
Eu aprendi há pouco tempo a encarar meus dias estranhos. De repente eu estava bem no meio do fogo cruzado sem armas e sem proteção então eu percebia que precisava ter coragem. Eu costumava me esconder, me enganar como se fosse possível simplesmente fugir (boba). E Déia, você levantou um ponto interessante: "quando os dias estranhos partem de nós" atitudes, palavras e emoções deixando tudo raso.
ResponderExcluirOlhar para nosso Pai, mantermos o olhar nele, não permitindo que nada nos roube de sua presença penso que é bem por esse caminho que o relacionamento ganha profundidade.
"O melhor de tudo é saber que tudo vai voltar a ter cor, esperança e simplicidade."
Vai sim! Amei e vivi bjimmm moça.
Oi Andréa! Aproveitanto este excelente texto, te convido a refletir um pouco mais além...
ResponderExcluirEngraçado que durante nossa caminhada aqui na terra nos deparamos com esses dias estranhos. É muito mais comum do que imaginamos.
Mas vc falou algo importante "ANTES QUE MEU ESPIRITO SEJA AFETADO"....
Mas e quando "O ESPIRITO FOI AFETADO...."?
Quando essa sensibilidade já foi afetada...
Quando vc já não tem vontade de ler a Palavra, nem realizar as orações simples?
E que vc percebe que é hora de reiniciar o sistema, mas não faz ideia de onde está o botão "reset"?
mica
Engraçado que na hora que eu tava lendo esse post começou a tocar na minha playlist a música "Strange Days" do The Doors! rsrsrsrs
ResponderExcluirSe eu fosse um cara machista e ignorante diria apenas que vc aguentasse firme pois é apenas a TPM chegando. Mas como sei que, como homem, também passo por momentos assim, concluo que é parte inerente ao caráter humano.
Eu também sou constantemente acometido por momentos assim. Como se uma tempestade emocional tomasse conta de mim e de repente, o que tinha cores, luz e tudo mais fica tão cinzento quanto o subúrbio frio da Inglaterra.
Mas é assim mesmo. Nesses momentos estranhos nossa sensibilidade aflora, e percebemos (ou captamos) coisas que normalmente deixaríamos passar em branco. Nessas horas a solitude de repente passa a ser tua melhor amiga.
Enfim, muito bom essa estranheza, bom pq graças a ela posso ler essas linhas tão inspiradas!
Té mais!
Hey Isa, valeu pelo comentário e franqueza com que sempre deixa suas impressões por aqui! Curto muito! Os dias estranhos deixam tudo estranho! hehehe Mas penso que são necessários, tenho aprendido com eles tb!
ResponderExcluirBeijão!
Hey Mica, aceitei teu convite! Pensei um bocado a respeito, curti muito mesmo esse lance de aprofundar a reflexão, ainda essa semana, post novo aqui no blog, pra mim, pra vc, pra todos nós, ok?! Beijão!
Hey Facundo! (Facundo?! pô cara, fui procurar e ainda bem que achei teu blog! hehehe)
Valeu mesmo por comentar aqui! Pois é, esses dias estranhos têm sido comuns nesse ano, mas tenho aprendido muito com eles... e eles me inspiram mesmo, ainda que seja uma terapia escrever a respeito deles! Beijão!
Pessoal, valeu mesmo!
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