O dia começa e de repente chega ao fim. O Sol chega e depois vemos a Lua surgir.
Nossa jornada de trabalho começa e de repente chega ao fim.
A produtividade chega e depois o ócio toma o seu lugar.
O sono começa e de repente chega ao fim.
O despertar para um novo dia e a noite de sonhos ou ausência deles vai embora.
Começamos e terminamos. Terminamos e começamos. Às vezes parece que o ciclo é infinito tamanho seu conforto em nossa rotina. Aliás, quantos se apegam à rotina, ao conforto, à estabilidade, ao padrão, mas eis que a vida é maior do que nossas rotinas, padrões e zonas de conforto.
A vida é indomável. Vira e mexe pode arrebatar para si pessoas que nos serão insubstituíveis: a isso eu chamo morte. Vida e morte coexistem. Começo e fim. Fim e começo.
Mas para nós, meros mortais do lado de cá da jornada, certos “fins” não são compreendidos como começos ou recomeços. Fixamos nossos olhos nas perdas, nas ausências, nas faltas. Nos recolhemos em um casulo de dor e raiva. Por que tinha que chegar ao fim? Por que o fim tinha que chegar tão logo?
Ajusto minhas lentes, as corrijo com sabedoria, placidez e confiança Naquele que me disse que é o alfa e o ômega, o princípio e o fim de todas as coisas*. Percebo minha miopia diante das perdas que serão frequentes sempre...eis um dos grandes paradoxos de nossa existência: perder para ganhar! Entretanto, temos medo de só perder e não ganhar e muitas vezes cegamente acreditamos que no jogo chamado vida só estamos perdendo e não ganhando.
A verdade, todavia, é que sempre há ganho, ainda que um ganho não desejado: ganham-se marcas, cicatrizes, dores, mas elas por certo trazem seus bônus, nos tornam mais imunizados a certos resfriados e doenças que podem nos pegar pelas curvas da vida e com a graça do Pai nos tornamos mais humanizados também.
Enfim, o “fim” no fim das contas nunca é o fim!
Começos.
Recomeços.
Novas trajetórias.
Novas histórias.
Tudo que começa tem seu fim.
Todo fim tem seu começo.
Todo mundo sabe disso, eu é que às vezes me esqueço.
Todo fim tem seu começo.
Todo mundo sabe disso, eu é que às vezes me esqueço.
Roberta Lima
*Apocalipse 1:18
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