Por Márcia Correia
Todos nós trazemos uma “pendenga” de infância; algo que carregamos e que se não tratados, tornarão um problema adiante. Pois bem, na minha infância, meu pai foi um militar severo, que gerou em nossa família muita rigidez. As coisas tinham hora para serem feitas, e, “ai” de nós ousarmos não cumpri-las. Por mais que me esforçasse, nunca conseguia atingir o nível de “perfeição” que meu pai desejava. Debaixo de muita recriminação eu tinha que, por vezes, refazer tudo outra vez daquelas tarefas que eu detestava, porque meu pai achava que não tinha ficado bom... Isso tudo gerou em mim uma sede de reconhecimento e aprovação sem limites. Durante longos anos, o que eu fazia, por menor que fosse a tarefa, alguém tinha que aprovar dequalquer jeito para me sentir bem comigo mesma...
Refletindo um pouquinho sobre isso, a aprovação sugere reconhecimento de que existimos positivamente para o outro. Porque somos seres sociais, coletivos, e existimos a partir do olhar de alguém.
A vida, ou seja, a cultura educou-nos olhando para fora e não para dentro de nós, não é mesmo? Condicionaram-nos agradar o outro acima de principalmente nós mesmos, por isso passamos mais tempo mendigando aprovação do que desfrutando o prazer de sermos quem somos como somos.
Mesmo quando fazemos o melhor que podemos, mesmo quando nos sentimos satisfeitos com o resultado de nossas ações, se não formos “notados” ai, ai, ai, parece-nos que ficou faltando algo, e se alguém emitir uma opinião contrária aquilo, gera em nós um mal estar quase insuportável....
É ai que colocamos a prova nossa capacidade e talento. Parece-me que estamos sempre carentes de reconhecimentos, e que ele vem e/ou está fora de nós.. Oh, Deus!
Quantas vezes fazemos o que nem pensávamos fazer só para agradar, quando na verdade queremos apenas nos sentir inseridos num grupo. Quantas vezes o trabalho, ou outra atividade deixou de ser importante para nos importarmos com os comentários: o que estão dizendo sobre o meu desempenho?
A verdade é que quando nos esquecemos do mais importante, nos sentimos de cabeça para baixo. O que fazemos, sempre é mais importante do que possam dizer sobre o que fazemos. Isto é, o trabalho é o importante – é a satisfação em si. Trabalhamos pelo desafio, pela nossa evolução, não para sermos reconhecidos, mas porque é gratificante fazer o que fazemos, é o trabalho que nos motiva novas buscas. O reconhecimento acontece… Mas se não acontecer, continuamos crescendo, evoluindo, nos desafiando, pois que a nossa realização só pode estar no que estamos fazendo.
Quando estamos amando o que fazemos a perspectiva muda, pois passamos a nos nutrir, a nos reconhecer, saímos do poder do outro.
Esperar que pessoas façam nosso dever de casa, é nos oferecermos como refém, ou seja, depositarmos nossa felicidade e satisfação nas mãos de pessoas que talvez nem estejam felizes...
A idéia é que nós reconheçamos o valor do que fazemos e que também possamos entender que amanhã sempre faremos bem melhor.
Gosto muito da abordagem humanista que ensina que somos seres auto-realizáveis. Somos um projeto incompleto, todo dia é dia de ser melhor, mas se deixarmos o melhor que é nosso, nas palavras de alguém que provavelmente interpretará de forma diferente da nossa, perderemos com certeza a oportunidade de sermos tão plenos como podemos ser.
Você já imaginou quantas pessoas maravilhosas, não conhecemos? Quanto deixamos de agradecer a pessoas que nem imaginamos existir? O mesmo ocorre de lá para cá, quantas pessoas deixam de pensar em nós quando nelas pensamos, e mesmo assim vamos tecendo o melhor por elas.
Olhar para dentro de si, reconhecer-se como ser perfectível faz toda diferença.
Se você até hoje se preocupou com o reconhecimento dos outros, observe se tem feito o que realmente gosta, se está vivendo como realmente gostaria. Deus te ajudará a sair disso trazendo uma nova perspectiva de vida. O que importa realmente é agradá-Lo, isso fará com que se sinta bem... Olhe para dentro, quando fizer isso, lá fora será bem melhor!
"Mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os nossos corações". 1Te 2:4
Lido em:Deus no meu viver
Que palavra heim!!!!
ResponderExcluirEu sou assim, isso gera uma confusão aqui dentro, até mesmo uma certa insatisfação, por que agradar as pessoas é algo muito, muito difícil, principlmente a quem amamos, por incrível que pareça.
Bem, sei que isso cansa.
Por coincidência ou não meu pai também era militar e o "regime" lá casa sempre foi de quartel, dureza!
Mas vou tentar mais uma vez essa "receitinha": "Deus te ajudará a sair disso trazendo uma nova perspectiva de vida. O que importa realmente é agradá-Lo, isso fará com que se sinta bem... Olhe para dentro, quando fizer isso, lá fora será bem melhor!"
Bjoo Meninas e muito obrigada
Olá meninas, moderei o comentario da Roberta, meu banner estará pronto mais tarde, cadê o de vocês? Fico aguardando, desde já estou incluindo no blogroll, mais tarde passo por aqui, abraços.
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