Já perdi as contas de quantas vezes escrevi, cantei ou filosofei, enfim, em que empenhei meu tempo e meus sentimentos para falar do Sr. Tempo.
Já fui interrogada por
historiadores sobre esta minha mania de falar sobre o tempo. Me disseram que
isto, inclusive, é assunto deles.
Não falo dele, o tempo,
de nenhuma perspectiva específica. Não tento conceituar o inconceituável,
limitar o ilimitável. Alguns o chamam de cronos (tempo cronológico), outros o
enxergam como kairós (tempo não cronológico). Mais do que dizer como o enxergo,
sei que ele me enxerga muito bem e conhece-me em detalhes.
Divagações à parte, o
que preciso expressar nesse tempo em que escrevo e que futuramente
(presentemente – depende do referencial) serei lida é a questão do futuro. Este
é um dos nomes do tempo: FU-TU-RO,
aquele tempo que ainda não chegou, mas que no presente já muito se sonhou.
É nele, o futuro, que
moram os planos (alguns mirabolantes), as promessas não cumpridas, os desejos
secretos (e também os escancarados).
O futuro!
Muitas vezes delegamos à
ele a responsabilidade por nossa felicidade. Em certos momentos vinculamos à
ele a tomada de certas atitudes. Muitos lá se refugiam como forma de se
protegerem das responsabilidades do presente, bem como da necessidade de
encararem o “hoje” e suas circunstâncias por vezes embaraçadas.
Que o futuro se cumpra.
Que as circunstâncias idealmente projetadas carreguem em si mesmas a nossa
necessidade de hoje agir, de pensar e decidir. Desta maneira muitos sutilmente
se entrelaçam à afirmações como: “No dia
em que acontecer isso” ... “no dia em
que eu possuir aquilo (...)”, “quando
chegar àquela circunstância” (...), “tão
somente se (...)”.
Tantos advérbios habilmente
utilizados para sutilmente nos furtar a beleza dos adjetivos do “agora”.
Ecoa em minha mente uma
antiga frase, dita por um apóstolo, homem que muito padeceu e muito amou, seu
nome era Saulo, depois transformado em Paulo, o qual aprendeu a não delegar ao
futuro sua felicidade ao exclamar que aprendera a estar contente em toda e
qualquer situação. Em fartura ou escassez, tudo podia Naquele que O fortalecia.
(Filipenses 4: 11-12).
Toda e qualquer
situação.
Todo e qualquer tempo.
Que saibamos assim como
os filhos de Isacaar a discernir os tempos (1 Crônicas 12:32).
Que como o Mestre Jesus
nos ensinou, possamos avaliar na hora de construir uma torre, sabendo que é no
presente que começamos o futuro (Lucas 14:28) e que o processo de construção é
futuro feito presente na vida da gente.
Há que se sorrir para o
futuro e seus lindos sonhos e planos que nos aguardam em alguma dobradura de
tempo, mas há que se abraçar o presente com garra e valentia, pois é ele o que
realmente tempos e é com ele que (com) vivemos.
Aprendendo sobre o tempo
no tempo,
Roberta Lima
Porque eu aprendi que
ninguém voa alto, sem antes firmar os pés no chão para tomar impulso. {Erica
Gaião}
o planejamento da nossa vida depende de nossas ações de hoje e só quem pode mudar isso somos nós mesmos!!! belo relato
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