segunda-feira, maio 07, 2012

Como nasceram as estrelas_ Com áudio!

No inicio, quando nada pertencia aos homens, só a Natureza; a Lua e o Sol, conversando, escolheram uma casa para morar.
A Lua ficaria com a casa escura, para fazer contraste com sua cor e suas 'mil formas de ser'.
O Sol, por sua vez, gostava das cores e não se importava com os movimentos daquelas pessoas que, não se sabe bem o motivo, escolheram aquele horário para ‘viver’.

O Sol caminhava lento e forte embora, às vezes, se escondesse entre as nuvens.

Já a Lua, não. 

A Lua era toda vaidade, queria ser apreciada e mudava de roupa sempre que sentia vontade. Ora usava vestido, ora usava decote.

Vez e outra se fazia ‘Vírgula’ no céu escuro e, quando se sentia cansava, inchava-se, ficando toda ‘cheia’ de toda aquela rotina.
Naquele tempo, a noite era a morada da Lua. Só dela, e de mais ninguém. Quando o sol partia, os homens eram conversas, consolos e afins.

Todos sempre com os olhos fitos na Lua que, suspensa, caminhava devagarzinho pelo céu. Um dia, a Lua ouviu, lá de cima, que era a mais querida, a mais bonita, a que inspirava poesias.

Começou, então, andar de cabeça erguida, como dona maior da beleza que possuía e de sua casa, do grande Céu.

Esquecera que a ‘vaidade é a distração dos egos’ e que esse possui mil armadilhas.
Passaram mil Luas e mil Sóis até que, em um desses caminhos entre nuvens e vaidades, tropeçou e caiu.

Naquela noite desabou luz do céu.

Estava envergonhada e, desesperada, chorou.

Chorou estrelas, cometas e planetas distantes. 

As Estrelas, espertas e pequenas, agarraram se ao céu;
outras, inseguras, descolaram-se, fazendo finos raios de luz.

Agora a Lua já não era luz inteira, quebrou-se em mil estrelas, pequenas luzes que arrancariam, dos homens, inúmeros pontos de exclamação!

-!!! _ diziam os homens admirados.

Pobre lua!

Antes tão segura de sua beleza, teria agora que dividir o céu com milhares e milhares de outras pequenas luzes.
Era como se Deus tivesse derramado luz em ‘conta gotas’, no Céu.
Como se fosse remédio pingado.

Hoje a Lua não é mais tão vaidosa.
Fizera das estrelas, amigas.

Sim, ela ainda continua inchando-se e vestindo-se de ‘Vírgula’. Mas, outra noite, me confessou um segredo:

-Hoje, _disse ela; sou muito mais feliz...

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Narrado na voz de Karine Abreu

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