“Tu, Deus meu, és a minha fortaleza. Em
ti confio.”
Será?
É o que meus lábios tantas vezes já disseram. Mas é assim na prática?
Preciso confessar que geralmente chego a essa conclusão
depois que minhas forças se foram. Senão todas, a maior parte delas.
Resquícios do meu vício de ser super: super crente, super mulher, super
jovem, super forte, super espiritual e todas as outras coisas que “super”
aprendi com a religião ao longo de alguns anos.
Os problemas vêm e lá vou eu lutar contra eles. Do meu jeito,
procurando no conhecimento adquirido soluções que os tratem da forma mais
rápida e eficaz possível, afinal, não quero sofrer.
Esgoto-me se nada disso faz o efeito desejado. E sofro. O fardo de
uma tonelada parece pesar-me sobre os ombros.
Sozinha sei que não posso, não consigo, é mais difícil, é até
mesmo impossível. Mas sempre tento. Maldita sou, confio em mim.
As forças se vão. A fé não entende, a mente questiona. Reflito e então
percebo, sei onde errei, onde caí. Exausta, adormeço.
Uma brisa suave lembra-me, como num sonho, que nem tudo precisa
ser assim.
O vento sussurra: Misericórdia...
E outra vez diz: Graça...
Escondo-me, mas vens ao meu encontro. Tu brilhas e tua luz
irradia-se para dentro de mim. Não entendo como ela ultrapassa minhas vestes e
minha pele, mas sinto-a reavivando a minha alma. O medo está cedendo. A brisa
sopra um pouco mais e ouço um sussurrar de palavras que não compreendo
imediatamente. Fecho os olhos com receio de perder-te de vista, mas tua
presença me conforta. Aquieto-me.
Sou teu refúgio... fortaleza segura... tua
força quando você não pode lutar... sou teu Salvador... tua única esperança...
tua paz de espírito... a vida em ti... Descanse, pequena menina, descanse...
Tudo vai ficar bem.
Desperto. Tua Palavra está atada ao meu coração, sei que pertenço
a ti. Se a solução ainda não chegou é porque ainda não é o fim. O sofrimento é
parte do processo.
Mostra-me onde tu estás pisando, Deus meu, para que eu o siga pelo
Caminho. No teu ritmo, no teu tempo, na tua força, na tua presença, na tua
vontade, na tua graça.
Ensinando-me, guiando-me, auxiliando-me.
Respiro fundo, mais um passo. Confiante, humilde, um pouco mais
constante que antes, até o próximo aprendizado.
*****
Caminhando...
#2 Andréa Cerqueira
(@acspira)
0 comentários:
Postar um comentário
Deixe seu comentário, crítica ou observação. Queremos saber o que estamos transmitindo a você.
Mas, deixamos claro que comentários ofensivos não serão publicados.