segunda-feira, janeiro 03, 2011

Acorda Igreja: é preciso falar de relacionamentos amorosos!


 
Tenho a impressão que abordar o assunto sobre relacionamentos amorosos no meio cristão é, muitas vezes, pavoroso. Posso estar enganada, mas considero a Igreja cristã no nosso país no mínimo, atrasada e displicente. Ela deveria ser um porto seguro, um lugar onde os jovens encontrassem respostas para suas dúvidas e direção para a tomada de decisão sobre como conduzir seus relacionamentos românticos. Ao invés disso, o que vejo é uma omissão absurda, um comportamento ignorante para compreender a cultura pós-moderna em que estamos todos inseridos e a mistificação de um assunto que deveria ser tratado com cuidado e seriedade. Afinal, depois da decisão acerca da fé em Cristo como Senhor e Salvador, qual outra seria tão importante? Para mim a resposta é clara: a escolha da pessoa com quem você irá se casar.
Vivenciados pouco mais de dez anos na caminhada de fé cristã no meio protestante posso dizer que já vi de tudo sobre o assunto:

- Vi jovens receberem mensagens de profetas e profetizas anunciando ou confirmando quem eram seus respectivos pares, os escolhidos com quem deveriam namorar e casar com resultados de bênção e maldição.
- Vi jovens que encontraram alguém interessante no meio cristão e, na reciprocidade do interesse, oraram por meses em busca da aprovação de Deus, um sincero interesse em corresponder com a vontade dele nessa área.
- Vi jovens pedirem sinais dos mais diversos para receberem tal confirmação: desde sonhos dados por Deus para os líderes, anunciando a aprovação, como um convite para que a outra pessoa, caso fosse a eleita por Deus, cozinhasse o prato predileto do rapaz.

Não posso afirmar nada sobre o que é certo ou errado em tudo isso. Vi casamentos serem constituídos após três meses de namoro que deram certo – o casal era formado por jovens adultos na faixa dos trinta anos. Vi casamentos constituídos após alguns anos de namoro que fracassaram antes de completarem dois anos de matrimônio. Vi jovens que pediram sinais e formaram um bom casamento, outros que mesmo com todas as confirmações solicitadas, iniciaram namoros que acabam de forma desastrosas.
Minha reflexão hoje é sobre a omissão da Igreja como Corpo de Cristo. A falta de sensibilidade dos líderes eclesiásticos – de quem se espera o compartilhar de um pouco mais de experiência – para com os jovens. O abandono a que são entregues milhares de rapazes e moças quando se trata das relações amorosas. E não me limito à questão de fazer ou não sexo antes do casamento, pois tratar de relacionamentos românticos é muito mais amplo. Tudo ainda está muito confuso e a Igreja parece ter preguiça de acordar para essa realidade e encarar o problema com franqueza. São insuficientes ainda o número de ministérios que abordam o assunto com coragem, orientando essa geração confusa por uma variedade intensa de conceitos pré-estabelecidos no contexto social pós-moderno! Não é porque são cristãos, que os jovens estão isentos de dúvidas, de medo, de ansiedade ou que não sofram com as escolhas, o tempo, a pressão social, a solidão, ou questionem seus próprios valores, sexualidade e sentimentos.

O problema está aí há muito tempo inserido no contexto da fé cristã.
E os frutos da covardia da Igreja todos podem ver: não temos testemunhado praticamente nenhuma diferença entre os matrimônios contraídos pelos que têm fé em Cristo e os que não têm. Até quando?



Na esperança de que algo mude,

Andréa Cerqueira

11 comentários:

  1. Olá meninas, primeira vez q comento, mas ja companho vcs há tempos... legal o modo de abordagem de temas cm vcs fazem. Bom, sb o texto, é incrível realmente como os olhos dos líderes são vendados (???) para certas verdades, quando eles mesmos não conseguem manter seus relacionamentos de forma harmônica, envolvendo-se muitas vezes com outras pessoas fora de sua relações em casos extra-conjugais, coniventes a isso as próprias mulheres, no afã de "manter aparências"..lamentável..., e depois alardeando liçoes de moral no púlpito. Urge a necessidade da queda de máscaras, de hipocrisia, homens que realmente amem suas mulheres, considere-as parceiras,amigas,amantes,tragam exemplos, disseminem conehcimento enfim...Acho q é isso. rsrs
    Besitos

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  2. Déinha do meu viver,

    Que post mana, falou por mim também...só não afirmo que já vi de TUDO, pq vira e mexe me deparo com cada história que é difícil de crer...

    Post relevante, instigante e pra lá de abençoador.

    Kisses!

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  3. E a pressão que sofremos da igreja quando já beiramos quase os 30 e ainda estamos solteiras? E a pressão que sofremos daquelas que se casaram no auge da juventude e acham que viver assim é o que há de melhor no mundo. Ops. No "Reino". As igrejas deveriam acordar para a importância desse tema. A omissão gera erros doloridos.

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  4. Na verdade a igreja tem fechado seus olhos para a "FAMILIA", infelizmente casais, crianças, adolescentes e jovens estão sofrendo pq a igreja não tem se preocupado com a familia.
    Se em nossas igrejas tivessemos familias bem estruturadas, conhecedoras e praticantes dos ensinamentos bíblicos para cada tipo de relacionamento, seja ele amoroso, paterno, materno ou fraternal teríamos famílias fortes, igrejas fortes. O que temos visto acontecer com nossas famílias é triste, pais que não conseguem se comunicar com seus filhos, crianças que não sabem o que é respeito, isso sem falar em violência(fisica, moral e psicológica), drogas e tantas outras coisas que só entristecem nossos corações, e a igreja tem simplesmente se omitido. Precisamos rever urgentemente nossos conceitos e com certeza teremos crinaças crescendo saudaveis em estatura e espiritualidade e se tornando aqueles jovens que Paulo se refere: "...Eu vos escrevi jovens porque sois forte..."

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  5. Post perfeito e polêmico.

    A IGREJA faz certas imposições e ao mesmo tempo fecha os olhos para coisas obvias.

    Existe inúmeros conceitos, que precisam ser revistos.

    Além dos relacionamentos, a sexualidade também é um tema pouco explorado.

    Conheço inumeras histórias de preconceitos ocorridos dentro da casa Dele.

    Lugar onde todos nós, deveriamos ser iguais.

    Beijos meninas!

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  6. Oi, Déia
    Amei seu post... e sobre relacionamento também, a igreja tem fechado os olhos e jogado "nos últimos bancos da igreja", adolescentes que estão passando por um problema que os tem atingido em cheio: o homossexualismo. Conheço uma garota linda, abençoada e apaixonada por Deus, nos seus 13 anos de idade, com uma infinidade de dúvidas, e agora, apaixonada por outra menina, pois foi deixada de lado, sem acompanhamento, e chegou num ponto assustador em seu relacionamento com a outra menina. Agora que foi descoberta, as mães das amigas da igreja não deixam suas filhas conversarem com ela, foi afastada de suas atividades eclesiásticas, e fica relegada ao último banco da igreja, sem tratamento algum, buscando sozinha acabar com a dor do pecado que está no seu pequeno coração de criança de 13 anos. Sofro a dor dessa menina como se fosse a minha dor. Com perdão pela palavra, mas vou citar o que ela disse para mim: ela disse que deveria escolher entre duas "m#rdas": ir pro céu ou pro inferno... prefere escolher ir pro céu.
    Quem vai ajudar essa menina a realmente ser tratada, e crer que pode ser curada dessa dor que arde dentro dela? é... ACORDA, IGREJA. O mundo mudou, e devemos mudar também, não para aceitá-lo, mas para transformar pessoas à imagem de Cristo, que não muda.

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  7. continuando... enquanto a Igreja segrega essas pessoas, outros, como a "igreja para todos", os acolhe, e diz que não tem nada demais, convencendo os nossos adolescentes e jovens que Deus os fez assim, e eles podem continuar assim. Negando o poder libertador de Deus.

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  8. Tenho constatado realmente isso, parece até assunto tabu, que deve ficar para mais tarde ou não se deve falar.

    Parabéns pela exposição e por trazer a tona essa realidade.

    Graça e Paz!

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  9. Diante do que foi exposto aqui, acredito que precisamos orar mais pelas nossas igrejas e liderança. Pedir sempre ao Senhor que Ele levante moças e rapazes comprometidos com a Palavra que possam orientar os mais jovens.
    Posso dizer por experiência própria que é maravilhoso aprender sobre relacionamento amoroso dentro da casa de Deus. Felizmente em minha igreja essa é um preocupação de muitos, principalmente da esposa do pastor e de nossas seminaristas que estão sempre a nos orientar, e faz TODA diferença!

    Twitter: tatiipavan

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  10. Meninas, oremos para que as escamas dos olhos dos nossos lideres caiam por terra o mais breve posível.Linda mensagem!

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