domingo, agosto 11, 2013

João, meu pai pescador



Meu pai nasceu João Cerqueira Pires. Nasceu na linda Ilhéus, na Bahia, há algumas décadas atrás.
De família numerosa, de gente simples, trabalhadora, da roça. Mudou-se bem jovem para a cidade de São Paulo, lá trabalhou, casou e fez sua vida.

Meu pai tem muitas habilidades, sempre foi "peão" de fábrica, metalúrgico, e é curioso e entende de mecânica de carros e de uma porção de pequenas coisas. Nunca vi em minha casa um liquidificador, batedeira ou máquina de lavar serem descartados sem antes passarem pela tentativa de recuperação do sr. Pires. E ele tem habilidade para lidar com as pessoas também. Tem o hábito de estender a mão e ajudar sempre e faz amizades com facilidade. Meu pai é gente boa.

Ele adora pescar. E acho mesmo que pescar tem muito a ver com ele, porque pescaria requer paciência, quietude num momento e dinâmica e habilidade noutro. Acho que pescar combina com meu pai.

Com ele aprendi muita coisa importante. Aprendi a ser amiga. Aprendi a me esforçar, estudar e trabalhar. Aprendi a gostar de documentários, pois assistia muitos documentários, principalmente sobre a Natureza na companhia dele quando criança. Aprendi que vou me machucar, mas que isso não é o fim. Lembro-me certa vez, quando menina, prendi o dedo no portão e isso fez com que ele partisse minha unha e iniciasse um sangramento. Gritei e meu pai veio correndo até mim, desprendeu meu dedo do portão, me pegou no colo e me levou para dentro de casa para me fazer um curativo. O choro foi diminuindo com as palavras de consolo do meu pai. Noutra ocasião, já na pré-adolescência, num passeio até a sorveteria, andava numa calçada com duas amigas quando fui mordida por um cachorro que me atacou o braço, quando cheguei em casa, o braço doendo muito, contei ao meu pai e ele correu para pegar um sabão, lavou bem o meu ferimento enquanto me encorajava. Ele chamou minha mãe, pegaram meus documentos, minha carteira de vacinação e me levaram ao hospital. Sempre que me machuco na vida me lembro desses momentos e das palavras de consolo e encorajamento do meu pai.

Hoje, nesse dia especial, eu só posso é agradecer ao Paizão (o Pai Eterno e perfeito) por ter me permitido ser filha do João Pires. Admiro o caráter do meu pai, homem simples e trabalhador.
Oro para que o Paizão abençoe meu pai João, ilumine seus caminhos e seu coração, lhe conceda saúde e graça em todos os dias, porque ser pai é assim, sempre!

Um comentário:

  1. Nem todo o pai acerta como pai. Fazer o que?! Podem não ter aprendido o que é ser pai por não terem tido um pai como o pai João.

    Nem todo o pai socorre, mas fere! Fazer o que?! Podem carregar feridas de seus próprios pais que não eram como o pai João.

    Nem todos os filhos puderam comemorar o dia de hoje porque esperavam ter um Pai João, mas tiveram um ser ausente ou desagradavelmente presentes.

    Que fazer? Sofrer? Chorar? Lamentar?

    O que fazer?

    Que tal começar por ser um filho(a) João para um pai que nunca foi João?
    Que tal ser o Pai que ama do próprio pai ausente? Ainda é tempo. Sempre é tempo de ser João para os que não foram João ou que não tiveram um joão.

    Tenho um Pai como o João e busco ser um filho João de meu pai João.

    Parabéns João!
    Parabéns aos filhos que se tornam João para que um dia possa dizer: anda com seus defeitos, tenho um pai João.

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