segunda-feira, agosto 15, 2011

Quem inventou o amor?


Amor...como a maioria de nós usa esta palavra. Amamos uma roupa, um sapato, um carro, um produto tecnológico, amamos nossos amigos, segundo a bíblia até nossos inimigos devemos amar. Amamos nossa família, nossos namorados, noivos ou maridos. Amamos.
Em palavras amamos...amamos muito mais como substantivo do que como verbo, mas o poeta já nos alertou: AMAR é verbo e verbo intransitivo.
Acredito que Deus nos ame de forma intransitiva, quanto a nós, meros humanos - demasiadamente humanos- como tão bem Nietzche mencionou, requeremos sempre transitividade, outros verbos de ligação, adjetivos, advérbios, superlativos e muitas pausas, vírgulas, exclamações e reticências...
Dizem que alguns amam pelo toque, outros por palavras, alguns em forma de presentes, há aqueles que revelam seu amor através de tempo de qualidade ou formas de fazer algo para o ser amado. Chamaram isso de linguagens do amor.
Nisso eu acredito, acredito em linguagens próprias do amor. Amor que pode falar em silêncios, que pode se expressar em toques, em tempos, em presentes, em apenas servir.
Lembro-me então de Renato Russo nos perguntando em forma de canção: “Quem inventou o amor, me explica por favor!”
Será mesmo que o amor carece de explicações?
Será que amor é sentir ou decidir? Ou será que amor é sentir e decidir?!
Em épocas em que o slogan social é “eu mereço ser feliz”, em busca de satisfação pessoal, busca esta por vezes de um hedonismo agudo, sai-se “amando” insanamente e um dia fulano (a) faz loucuras de amor para a(o) musa(o) “A”, pouco tempo depois toda sua energia é canalizada para amar a (o) a musa (o) “B” e assim musas (os) se sucedem, subindo e descendo do pedestal amoroso de um coração que é simplesmente enganoso.
Um dos versos mais lindos já produzidos pela literatura portuguesa e quem sabe mundial exclama que “amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente e é dor que desatina sem doer” - Camões
Tantos versos, tantas músicas, tantas vidas, tantas mortes em torno do amor.
Mas será mesmo que tudo o que chamam de amor é amor?
As brincadeiras por vezes rolam em redes sociais falando que não é amor sentir borboletas no estômago, ficar sem ar, sem sono, com o coração aos pulos e uma série de sintomas que parecem fazer parte do cenário romântico.
Será que romantismo é amor?
Flores, bombons, mimos, declarações bastam para um relacionamento manter-se de pé. Já vi pessoas argumentando que sem isso a coisa pode ruir, mas acredito que apenas isso não é e nem nunca será estrutura suficiente para fazer um relacionamento manter-se de pé.
Alguns acreditam em sinais, em “armadilhas” do destino, outros em uma louca atração, há aqueles que achem que tem que ser como roteiro de ficção.
Sabemos que a fome de amar é real, assim já cantaram e como tantos já falaram e falam: “o mal do século é a solidão”.
Vale repetir em mais um post a genial frase de Lya Luft: “ a solidão é um caminho muito vasto para ser atravessado a sós”.
Queremos amor, queremos companhia, queremos um amor de verdade, com intensidade e que seja real até que chegue a eternidade.
Alguns desejam encontrar um amor, outros como Clarice Lispector afirmaram que “desistiram do amor, ele que a encontre”.
Encontrar, ser encontrado... alguns “procuram um amor que ainda não encontraram, diferente de todos que já amaram” (parafraseando Frejat), enfim, é impossível não se lembrar de inúmeras músicas e versos, como falei no começo do post isto é material de inspiração há milhares de milhares de anos.
Entretanto não sabemos como definir o amor, podemos conversar com a Vida sobre isso e pedir que ela nos explique por favor o que é o amor. Não que já não tenhamos dito “eu te amo” e que não tenhamos acreditado na intensidade e veracidade de tais palavras e sentimentos, mas passaram... alguns foram até mesmo fugazes, muitos de nós já vivemos amores, mas onde está o amor no meio dos amores?
Às vezes achamos que ele seja mistério, outras puro pragmatismo.
Amar, verbo de simples mas de não fácil conjugação.
Amor: sabor e dissabor?
Humano e divino?
Sabes Renato Russo, acredito que quem inventou o amor foi Deus mesmo, parece uma resposta simplista, mas se Ele é amor e criou todas as coisas, criou o amor que assim como Ele se revela a cada dia, se desvela em pequenos gestos, em cotidianos, em ações coerentes ou surpreendentes, em dia-a-dias que fazem o compasso da gente.
A fórmula do amor que alguns já cantaram que um dia encontrariam pode ser mesmo aquela expressa em 1 Co 13.
Receitas prontas, clichês, parece que é isto que estou a fazer.
Bom mesmo é aprender o que não é amor e saber o que é o falso também ajuda e muito a discernir o verdadeiro, que um dia chega com suas malas para fazer morada.
Mas já alerta-se de antemão que amor é uma coisa confusa, porque só pode ser feito por gente humana e pelo divino e gente humana é confusa, incoerente, transparente, mas sente. Sente e decide. Sente e progride. Sente e regride. Às vezes não sente mas acha que entende.
Amor, és antes de tudo indomável, talvez amor seja a tradução do inominável.
É o TUDO e são tantos.
É raro, é intenso, é puro.
Amar é estranhar e também reconhecer
Amar é tanta coisa que não sou eu que vou te explicar ou te dizer!

Roberta Lima

Um comentário:

  1. O amor é...
    Autor: Branco

    Te encontrar foi tão bom
    Melhor foi te conhecer
    Aquele momento lindo eu jamais vou esquecer
    Você passou do meu lado meu coração disparou
    Um dia especial quero ter com você
    Vamos caminhar pelas ruas em direção ao céu
    Estamos no paraíso borá celebrar o amor
    Lembro do seu sorriso
    O brilho no teu olhar
    Eu estava com frio
    Você me aqueceu
    O amor é o fogo que refina o nosso amor
    O amor é a água pra gente beber
    O amor é pão que sacia a nossa fome
    O amor é que nos faz viver
    O amor é um beijo conscientizado
    O amor é fruto da dedicação
    Se o amor tem nome esse nome é você
    O amor é o que nos faz viver

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