quinta-feira, julho 11, 2013

O exercício do olhar...



"Criar pequenas frestas no dia-a-dia para a alegria parece-me possível. Há uma palavra de Jesus que pode ajudar: Se teus olhos são bons. Olhos bons, isto é, uma espécie de exercício ao olhar a vida. Olhos graciosos podem fazer muita diferença, mas preferimos olhos críticos."

(Carlos Bregantim)

Há um tempo atrás eu li essa declaração do Bregantim no Facebook e parei um tempo para lhe dar atenção e refletir sobre ela. Dei-lhe razão. Anotei no meu caderno de citações e guardei a nota. Relendo recentemente a frase, aprofundei meus pensamentos sobre ela, buscando analisar de forma prática aquilo que poderia mudar no meu cotidiano para me parecer mais com o Mestre.

Nos anos caminhados da minha jornada até aqui, não sei dizer se sou mais vítima de "olhos críticos" do que executora dos mesmos sobre os outros. Desconfio que, no mínimo, já tenha devolvido sobre eles e sobre a vida a mesma porção de olhares críticos que recebi. Duvido que meu saldo esteja positivo, algo, lá no fundo da minha consciência, me diz que meu saldo nessa balança pode estar negativo. Estou ciente de que em muitos momentos da minha jornada deixei-me contaminar pelos críticos ao meu redor, misturando-me aos que olham tudo com desânimo, pesar e padrões inatingíveis de perfeição. Quero olhos como os de criança novamente.

A questão é bem simples: tem a ver com o exercício de se olhar para a vida. E vida também inclui  o mundo ao nosso redor, principalmente os relacionamentos que construímos.

Posso ter um bom olhar sobre a vida de uma forma geral, mas ser altamente crítica com os outros. Principalmente com os erros, as falhas, as deficiências e as inabilidades deles. E isso faz muita diferença, basta colocarmos Jesus como exemplo que saberemos a real importância de termos olhos bons. Em toda a Palavra, Deus deixa claro que não fizemos nada que pudesse realmente nos justificar perante ele, nada pelo qual pudéssemos ser salvos, mas então ele teve olhos bons a nosso respeito, não olhou para a nossa condição condenatória, mas vislumbrou o futuro redimido de um povo ao qual chamou para si. E foi sob essa promessa que Jesus encarnou, viveu, morreu e ressuscitou. E é por causa disso que, eternamente, Deus pode nos olhar com olhos bons. Um povo redimido pelo sangue do Cordeiro que foi derramado na cruz do Calvário.


Deus nos olha com olhos de amor. Não porque somos bons, mas porque ele é bom. Não porque fizemos qualquer coisa para merecer esse olhar bondoso sobre nós, mas porque ele é fiel para com sua Palavra. Amamos porque ele nos amou primeiro. Deus nos olha com graça.

E é nessa consciência que devemos exercitar o nosso olhar sobre a vida e sobre os outros, permitindo que frestas sejam criadas nas rotinas corriqueiras para que a alegria e a vida estejam presentes. Os frutos desse exercício do olhar sobre a vida e sobre os outros talvez não sejam mensuráveis, mas estou segura que alguns deles não faltarão: generosidade, compaixão, paciência, fraternidade, gratidão. E se nossos dias começarem repletos desses sentimentos, quanto mais brilho gracioso terão nossos olhos!


Exercitando um olhar mais gracioso sobre a vida e os outros,

#2 Andréa Cerqueira
(@acspira)



5 comentários:

  1. Belo texto e maravilhosa a reflexão do Carlos Bregantim, muito positiva e revigorante para a alma em tempos de crises. Sim, é possível ter olhos bons para a vida mesmo em meio ao caos, o evangelho de Cristo nos ensina isso, até mesmo quem é cego pode!

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    Respostas
    1. Sim mano, é possível!
      Que Ele nos permita isso, mesmo em meio ao caos!
      Abraço!
      =)

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  2. Deinha,
    que maravilha de reflexão!
    Meu maná nesta manhã!
    Que o Pai torne cada vez melhor o nosso olhar para que todo nosso corpo seja luminoso, Amém.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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