Ilusões

Não devemos ter ilusões a nosso próprio respeito, embora confessadamente a maioria de nós as tenha.

Em muitos momentos achamos que sabemos demais.

Em outros momentos pensamos que pensamos melhor do que a maioria.

Imaginamos que enxergamos o que os outros não veem.

Nos vemos acima do padrão, da média...

Parecemos ser pessoas confiáveis e em até certo ponto, inabaláveis

Podemos ser convencidos de que ser super-homens e super-mulheres é o papel que melhor desempenhamos.

Fazer, como gostamos de fazer!

Atividades, ativismo.

Aplausos, elogios.

Tempo produtivo...produtor de esterelidade em sua grande parte.

Corremos atrás do vento

Nos enroscamos em fantasias

Tropeçamos na tal egolatria

Nos dizem para fazer “isto”, ter “aquilo” e estar com “aquele (a)”

Fazemos o “isto”, possuímos o “aquilo” e estamos com “aquele (a)”

Vaidade de vaidades. Tudo foi vaidade.

Às vezes ainda é vaidade.

Entretanto, todavia e contudo

É possível se desfazer de tais muletas, despir a fantasia e jogar a máscara para longe.

Sermos apenas quem somos.

Obras imperfeitas mas em perfeita e eterna construção.

Há também os reparos e restaurações.

Mas é bom nos libertarmos da ilusão.

Abrir mão do “perfeito” padrão.

Pequeninos e também gigantes como canta a canção.

Sempre os mesmos mas não os mesmos para sempre como expressa o poema

Apenas um alguém, pisando as entrâncias e reentrâncias  de uma comum mas não menos espetacular estrada.

Descobrindo a cada dia que não se vive por ilusões mas que se anda por fé.

Descobrindo que Ele nunca teve ilusões a nossos respeito, mas que mesmo assim nos amou por inteiro desde o começo.

Fugindo de ilusões,

Roberta Lima

Nota: O célebre Charles Aznavour canta com maestria e emoção ímpar sobre ilusões e desilusões a canção "Hier encore". Deixo o vídeo como trilha.

PS! A emoção da plateia também emociona ;)