A menina-ovelha também possuía um amigo que havia conhecido na terra virtual, mas que depois conheceu na terra real. Possuíam amigos comuns e ele se mostrava acima de qualquer suspeita. Exibia um longo currículo de serviços prestados ao Pastor, viagens por terras longínquas e muito conhecimento acumulado. Era seu confidente e amigo. Já lhe confessara o carinho paternal que sentia pelo mesmo e ele parecia ter por ela apreço de filha. O mesmo havia se mostrado ferido por uma dura desilusão amorosa, o fim de um casamento que o entristecera profundamente, segundo suas palavras. Sensibilizada, ela resolveu apresentar-lhe uma amiga. Tentou ser cupido, já que nunca via seu amigo feliz nessa área e ele sempre a procurava instruir com uma série de cuidados para com tal assunto.
Assim, cuidou de que ambos se conhecessem através da terra virtual. Os mesmos começaram a se falar, parecia que um belo romance estava a se desenhar. PARECIA! Aos poucos percebeu sua amiga insegura e seu amigo vacilante. Algumas histórias pareciam “não fechar” e ela então se lembrou do lobo-cantor que conhecera nas terras virtuais. O enredo parecia se repetir. Ela resolveu investigar, seria possível estar novamente enganada? Entrou em contato com algumas pessoas que conviviam de forma mais próxima com ele e para sua grande decepção, as suspeitas confirmavam-se: ele era um lobo, um lobo-escritor. Falava como ovelha, andava em meio às ovelhas, escrevia para as ovelhas, mas era lobo em sua essência. Uma nuvem escura encobriu seu coração. Tudo isso seria sina, burrice ou tristes coincidências?
Os lobos eram todos pessoas públicas, cheios de insígnias, mas cujas ações mostravam o inverso do que pareciam aparentar. Lembrou-se então das palavras do Pastor ditas através de um devoto discípulo: "[...]sepulcros caiados – bonitos por fora, cheio de imundícias por dentro."
Foi muito sofrido processar tudo isso em seu interior. Tanto engano, tantas mentiras. Ela queria ficar distante de tudo e todos. Lutava contra o pensamento reducionista de que todos os homens-ovelhas fossem lobos. Lutava contra o medo. Lutava para guardar e não trancar seu coração para todo o sempre. Com alguns dos lobos ela brigou, de outros ela apenas se afastou. Hoje entende que não lhe cabe julgá-los, é preciso perdoá-los e amá-los. Mas também entende que isso não implica em nova convivência ou qualquer intimidade.
Foram lições para guardar no coração. Cada um, de forma especial, lhe trouxe algum tipo de benefício e ensinamento e por isso lhes será imensamente grata. Ela sabe que o Pastor consegue transformar maldições em bençãos e usar até mesmo as piores circunstâncias para que o crescimento e o caminho por Ele proposto se estabeleça.
Hoje ela segue alerta, coração guardado, mas não trancado. Olhar vigilante. Decidiu não embrutecer, decidiu não deixar de acreditar, não deixar de confiar, mas tem consciência do quanto é necessário se cuidar e ter cuidado com as aparências e circunstâncias ao seu redor. Ela continua menina, amiga de outras meninas que passaram e tem passado circunstâncias parecidas. Sabe que a vida é feita de escolhas e ela escolheu continuar a sonhar, a amar, a prosseguir no seu caminhar, pois o Bom Pastor sempre está ao seu lado.
Perseveremos em caminhar e aprender,
Meninas do Reino
Maravilha a continuação...é assim que acho também, perdoar e continuar a caminhar com o coração livre de ódios, e rancores porque o que importa é a paz e o mandamento que Jesus nos ensinou Amai-vos uns aos outros..SENÃO A VIDA NÃO FARIA SENTIDO.
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