Há algum tempo tenho orado e refletido mais do que o habitual nos últimos meses. Sou alguém que acredita que para orar não é necessário estar de joelhos, nem a sós, tampouco num local recluso (embora creia que esses elementos sejam importantes e necessários em determinadas ocasiões), e por isso muito comumente oro não somente quando estou em meu quarto, ou após fazer a leitura e meditação das Escrituras, mas acabo por recorrer ao Paizão em vários pequenos intervalos ao longo do meu dia, como já disse o grande Victor Hugo, “Há pensamentos que são orações. Há momentos nos quais, seja qual for a posição do corpo, a alma está de joelhos”.
Sinceramente acredito que há momentos na jornada da vida em que a alma está de joelhos e pouco importa se estamos realmente ajoelhados orando a Deus ou não, porque é o estado da nossa alma que se apresenta diante dele: esperançosa, rendida, aflita, sedenta. O mesmo ocorre com nossa mente, transformando pequenos pensamentos em orações, prolongando uma conexão entre a criatura que anseia pela presença de seu Criador. E se fizermos da maneira como deveríamos, a forma de conexão que Jesus demonstrou, relatada nos Evangelhos, saberemos que essa conexão é possível, pois é real, é mais do que mencionar palavras ou frases prontas, pois tem a ver com momentos de reflexão e de postura diante da vida. Orar tem relação íntima com refletir sobre como estamos nos sentindo e encararmos sinceramente a nós mesmos. E mais do que isso, em admitirmos diante do nosso Deus quem somos, como estamos e do que carecemos. Orar é um exercício de humildade. E porque estamos em busca de orientações, orar requer quietude e uma predisposição a escutar, compreender e obedecer a vontade de Deus quando essa nos for revelada. Acredito que Deus aja em nosso meio através de seus filhos (mesmo que de modo algum haja em nós mérito para isso) e isso se dá através da nossa participação da obra de Deus na terra. Ele nos faz participantes de seu Reino.
Ouvi certa vez um pastor dizer que orar faz de nós pessoas melhores, o que devo concordar, porque sempre que me entrego à oração, minha perspectiva muda, pois orar me lembra o quanto sou humana, limitada e bastante incapaz, mas fortalece a minha fé em Jesus que venceu tudo o que havia para ser vencido e me recorda da graça imensurável de Deus, o que me é suficiente. Orar acaba por mudar o meu foco, do problema, passo a mirar possíveis soluções, de mim, passo a focar o outro quando estou orando pelas pessoas. Orar amplia o meu sentido de comunidade e me lembra que nunca estou só, que meus problemas não são únicos, que há muita escassez ao meu redor. Orar pode e efetivamente muda as circunstâncias, mas antes, muda a mim. E quanto mais simples, mais francas e mais constantes são minhas orações, maior a minha consciência de que sou pó e do quanto careço de Deus.
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Caminhando, aprendendo, orando...
#2 Andréa Cerqueira
(@acspira)
Caminhando, aprendendo, orando...
#2 Andréa Cerqueira
(@acspira)
É para mim uma honra acessar ao seu blog e poder ver e ler o que está a escrever é um blog simpático e aqui aprendemos, feito com carinhos e muito interesse em divulgar as suas ideias, é um blog que nos convida a ficar mais um pouco e que dá gosto vir aqui mais vezes.
ResponderExcluirPosso afirmar que gostei do que vi e li,decerto não deixarei de visitá-lo mais vezes.
Sou António Batalha.
Aproveito para lhe desejar um feliz Natal e um Ano-Novo cheio de felicidades.
PS.Se desejar visite O Peregrino E Servo, e se ainda não segue pode fazê-lo agora, mas só se gostar, eu vou retribuir seguindo também o seu.
Que a Paz de Jesus esteja no seu coração e no seu lar.