segunda-feira, abril 08, 2013

Cristãos, homossexualidade e alguns fatos




Talvez tenha chegado o momento em que nós, cristãos, precisemos encarar alguns fatos. Penso que o maior deles seja a consciência de que nem todas as pessoas concordam com aquilo que acreditamos e boa parte não está interessada nos princípios que defendemos, e ainda assim, merecem nosso respeito.
Para nós, aquilo que não é o ideal divino expresso na Bíblia para o ser humano, é considerado um pecado, eis aí o problema da homossexualidade. Transformada na atual grande questão, tem sido motivo de protestos e discussões inflamadas, muito mais calorosas que questões sobre o direito da vida ou da morte, da miséria, da violência ou da corrupção.

Avessa ao adultério, ao divórcio, ao novo casamento, ao aborto, a homossexualidade, a eutanásia, entre outras lutas, a Igreja (cristãos de quaisquer denominações) faz o que pode, e com inúmeras armas, incluindo as políticas, para impedir que sejam formuladas e sancionadas leis contrárias às suas convicções morais. E tem perdido várias batalhas ao longo dos anos, não somente no nosso país, mas ao redor do globo em toda a sua história.

Muitas vezes nos comportamos como intolerantes, insolentes e orgulhos. Não dialogamos pacificamente, discutimos. Apresentamos o que cremos ser a verdade, mas sequer respeitamos o direito do outro de discordar. Ofendemo-nos quando somos confrontados. Não questionamos, obedecemos. Às vezes não temos argumentos, e sim respostas rasas provenientes de clichês religiosos sobre os quais nem todos têm uma compreensão profunda ou convicta. Temos medo de duvidar da nossa própria fé, de expor nossas fraquezas e de nos aproximar de tudo o que é diferente ou contrário aos nossos princípios sequer para ouvi-los, quanto mais para nos compadecermos das pessoas, de suas lutas, necessidades e debilidades.

E já pouco parecemos com o Cristo apresentado nas Escrituras.

É fato que há exageros nas reivindicações de alguns ativistas em prol da homossexualidade, já ouvi e li muita bobagem a respeito, algumas até inconstitucionais. É fato também que há muito preconceito na Igreja, que muitas vezes sequer respeita e condena quase sempre. Mas ambos os lados têm suas fraquezas e como alguém já afirmou, essa é uma luta em que ambos os lados estão perdendo. Tem sobrado desrespeito e intolerância de um lado e de outro. Se de um lado temos o direito de expressar a nossa fé, o outro lado precisa aceitar isso. E é justamente para fazer jus a essa liberdade, que deveríamos pensar sobre os direitos do outro de discordar e viver de forma diferente de nós. E se não houver acordo, que haja ao menos respeito.

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Caminhando sob a graça,

#2 Andréa Cerqueira
(@acspira)

Um comentário:

  1. Esta palhaçada toda serve pra mostrar que o problema é o ser humano, independente de raça, credo e opção sexual. Isto só mostra que a intolerância é inata ao homem, seja ele religioso ou não. O bom senso passou longe dos religiosos e dos gays.

    Enquanto a igreja não colocar o pecado da homossexualidade no mesmo patamar da mentira, da desonestidade, da falta de amor, da glutonaria, do sexo fora do casamento, ela sempre vai fazer isto que vemos por aí. Muitos acham que a pessoa vai pro inferno só porque ela é homossexual, se esquecem que na verdade é porque ela não tem a Cristo como Salvador e Senhor.
    O dia que a gente acordar e classificar o desejo pecaminoso homossexual igual o desejo pecaminoso de quem cobiça uma pessoa na rua, na TV, etc, aí vamos ver que a nossa natureza é a mesma: pecaminosa. Só se muda os pecados, mas todos eles tem o mesmo salário no final das contas: morte.
    E todos nós temos nossas lutas, seja de cunho sexual ou de caráter. O que poderia ser uma boa razão pra nos unir em solidariedade, nossa condição de miséria diante de um Deus santo, nos distancia mais ainda...

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