segunda-feira, maio 02, 2011

Do que temos medo?


Do que temos medo?
O medo é a valorização da vida, é o sentimento inato de autopreservação; é a última e a primeira das sensações.

O medo é o que nos livra do perigo, nos impede de ir ou nos impele a correr e correr encontrando energias além da que imaginávamos ter.

O medo nos livra ou nos prende; liberta ou nos mantém cativos numa expectação de morte.
Morte? Sim. O medo não é poesia, não é romantismo. É biologia.

Quando experimentamos o medo nos negócios, ainda que nossa consciência diga que é algo do momento ou da circunstância o cérebro entende como autopreservação da vida. Ele trata como questão de morte.

Quando temos medo do mundo, medo do futuro, medo do passado. Quando criamos medos e vivemos em função deles, alimentamos nosso cérebro de constantes perigos de morte e será assim que ele interpretará a vida e assim ele responderá a ela, nos travando (não encontrando caminhos e respostas, dando voltas e voltas em seus pensamentos sem sair do lugar) ou nos fazendo correr – e aqui encontramos a ansiedade, os tropeços nas ações, a vontade de ter logo para não perder, as palavras mal colocadas, a energia súbita que chamo de euforia.

O medo constante cria identidades: os relutantes, os culpados de tudo, os evasivos, os extrovertidos ao extremo – os desequilibrados.

O medo constante não nos permite olhar os erros como apenas erros de percurso ou erros sistêmicos, não. Ele traz pra dentro como identidade o que deveria permanecer do lado de fora.

Temos medo de que? Temos medo de sofrer, do novo, de não dar certo, do fracasso, de começar de novo, da perda, do não como resposta. É assim que pintamos o que o cérebro lê como medo de morrer.

Quando leio, “Mas Jesus imediatamente lhes disse: "Coragem! Sou eu. Não tenham medo!" (Mt 14:27), “Mas Jesus se aproximou, tocou neles e disse: "Levantem-se! Não tenham medo!" (Mt 17:7), “Então perguntou aos seus discípulos: "Por que vocês estão com tanto medo? Ainda não têm fé?” (Mc 4:40), penso que ele constantemente nos chama à liberdade de tudo o que nos prende, da mentira de uma morte sempre iminente.

É hora de olharmos para o que traz vida! É hora de crermos que a morte foi tragada pela vida e de que é para a vida que fomos criados. Nossos erros serão apenas erros, nossas falhas serão apenas falhas (coisa ruim é claro), mas que estão do lado de fora.
É hora de pararmos e mudarmos nossos hábitos alimentares. Alimentar nossos cérebros de alegria e vida, vida, vida.

É hora de praticar esportes radicais, viajar, amar, fazer compras, fazer negócios, transformar essa adrenalina do medo em hormônio de prazer e viver o “dia chamado HOJE!” (Hebreus 4).

Bem, isso é o QSinto!

- Luciano Carvalho


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Um comentário:

  1. Manaaaa.....

    Texto excelente que você programou, na verdade se coaduna tão bem aos teus pensamentos que achei que era seu...rs.

    Gostei da abordagem e da conclusão cheia de vida e esperança...prossigamos, atravessemos!!!

    =)

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